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Um saber incomparável sobre a fé. Viagem ao fim da noite na companhia de oito místicas do século XX

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24 Junho 2017

"O autor que se expressa nessas páginas é um 'eu' que não esconde a imensa admiração que lhe inspiram essas mulheres, tanto como cristão quanto como homem e padre. Ele declara de forma clara e aberta que recebeu, conhecendo-as e ouvindo-as por um longo tempo, um saber incomparável sobre a fé, que excede em muito o que se aprende habitualmente dos homens que questionam a fé e a traduzem em palavras e conceitos. O talento único dessas mulheres é o da experiência de Deus vivida sem filtro e sem proteção". 

O comentário é de Anne-Marie Pelletier, teóloga e biblista francesa, professora do Collège des Bernardins e vencedora do Prêmio Ratzinger 2014, em artigo publicado por L'Osservatore Romano, 21 e 22-06-2017. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Eis o artigo.

Enquanto em Roma recém iniciou a causa de beatificação da poetisa Marie Noël, na França é publicado um livro interessante, assinado por François Marxer, especialista em história da espiritualidade. Intitulado Au péril de la nuit. Femmes mystiques du XXè siècle (No perigo da noite. Mulheres místicas do século XX, em tradução livre, Paris, Editions du Cerf, 2017, 640 páginas, 29 €), essa obra propõe ao leitor um mergulho impressionante na história espiritual do século XX através do retrato de oito mulheres místicas, traçado com grande habilidade e sensibilidade espiritual.

Naturalmente, os perfis, os contextos e os caminhos dessas mulheres são múltiplos. Ao lado de quatro religiosas (Edith Stein, Madre Teresa, Maria da Trindade, às quais se associa Teresa de Lisieux, que em muitos aspectos é precursora do século) figuram quatro laicas, que por sua vez tiveram destinos muito especiais (Simone Weil, que ficou no limiar do batismo, Etty Hillesum, que seria inapropriado definir como cristã, Adrienne von Speyr, venerada por Hans Urs von Balthasar e, claro, Marie Noël).

No entanto, ressalta o autor, um forte vínculo unia essas mulheres em sua diversidade: todas teriam experimentado o "perigo da noite", vivenciando na própria carne e na sua história que essa noite é também o lugar de proximidade e encontro com Deus. Elas se mantiveram em contato com um saber que já se adquire nas Escrituras, que dizem, ao mesmo tempo, que Deus se revela e que é "Deus escondido". Um saber, inclusive, que a tradição judaica nunca contradisse e que continua a habitar a Igreja desde que Dionísio, o Areopagita, questionava-se sobre as formas de conhecer Deus, ou quando Orígenes comentava o mistério da Encarnação, dizendo: "Ele não foi enviado apenas para ser reconhecido, mas também para permanecer escondido".

O fato é que celebrar "a noite" no nosso tempo presente comporta certo desafio. Claro, recordamos que este é um tema da tradição mística, ilustrado principalmente por São João da Cruz. Mas, para além desta referência específica, cada celebração da noite consegue capturar o leitor de uma maneira não usual em nossa cultura ocidental contemporânea. Na verdade, esta última se esforça para absorver a escuridão e afastar a noite, seja pela iluminação material de nossas cidades quando cai a escuridão da irresistível pulsão da ciência, seja trabalhando para desvendar o mistério da matéria e da vida, ou mesmo da nossa concepção comum de uma religião que deveria expor, na íntegra, a verdade de todas as coisas.

Agora, justamente a respeito desse último ponto, o padre Marxer convida a frequentar a escola das mulheres místicas, cuja vida e palavras contradizem rigorosamente essa concepção da fé. O conhecimento de Deus, elas nos lembram, forma-se no jogo entre a luz e a sombra, lá onde só é possível progredir livre de suportes familiares, lá onde ninguém escapa à grande prova do silêncio de Deus, nem àquela da fraqueza humana. No final Deus doa-se de forma privilegiada em uma experiência da vida que nunca deserta quando o chão desmorona, quando a escuridão se adensa sob as múltiplas chantagens da morte.

Assim essas páginas exploram minuciosamente o plural da noite, que se declina do mais acolhedor ao mais aterrador, na experiência desses tão diferentes destinos femininos. Certamente tem a noite feliz da visita, cantada no Cântico dos Cânticos, bem como a noite que chama do Além, fascinando os poetas. Mas há também a noite deserta que cai quando o Amado desaparece e o coração fica desorientado, perdido em caminhos que podem levar, aliás, para a estranha e fraterna proximidade do ateísmo.

Ou ainda, tem a noite que desce sobre o mundo quando a humanidade se encolhe sobre si mesma, esmagada pelo mal. Muitas das mulheres aqui lembradas certamente foram capturadas pelas garras dessa noite infernal. Mas, eis que existe também, misteriosamente misturada nessas trevas, a noite teofânica, que abre para a experiência da Presença doada através de um "rasgo difícil de ser consertado". Nesse sentido, há a noite enfrentada sem vacilar, que é vivida de forma extrema por Edith Stein, no "triplo santuário do corpo, da alma e da mente" e na experiência que Etty Hillesum, testemunha a seu próprio modo quando fala de Deus como uma "câmara alta", onde estaremos na hora que passar o Exterminador.

Estas "mulheres exageradas", segundo o adjetivo atribuído a elas pelos homens, sabem que a noite é o lugar secreto da presença de Deus. A maioria delas vive na sombra da Cruz e da hora em que, expirando Cristo "houve trevas em toda a terra"(Lucas 23, 44), revelando que nele Deus terá penetrado até o ponto extremo de todas as noites da humanidade. Mas, se essas mulheres podem contar esse mistério, o essencial é que antes o vivam, permanecendo de pé na noite.

Claro, os homens não foram excluídos do cenário deste livro. No início é mencionado o memorial de Pascal e, aqui e ali, ressoam algumas vozes masculinas. Mas, através das oito mulheres aqui reunidas, se desdobra de forma incontestável uma qualidade do feminino, que paira no coração da noite com certa familiaridade, singular coragem e resistência indefectível.

Essas mulheres não ficam assustadas com o fato de que Deus as espera no meio da noite, que continua a ser o "longe-perto", como o definia Marguerite Porete antes delas. Para atraí-las, mantê-las e permitir-lhes a experiência de viver o eventualmente invivível, existe esse tesouro único, alimentado de confiança e cuidado na noite, que é exatamente "o que esconde tudo o que está bem ordenado", como escreve o autor. Nisso, certamente elas se distinguem do espírito que anima muitos catecismos tranquilos, muitas teologias reconfortantes que imobilizam a revelação, que a espetam em fórmulas, como um entomologista. Ou seja, de acordo com uma maneira tipicamente masculina de estar frente à fé, como repetidamente salienta François Marxer repetindo a observação encantadoramente atrevida de Marie Noël: "Todas as manhãs os teólogos ajudam Deus a se vestir de dogmas".

Essas mesmas mulheres evitam as teodiceias que superam muito alegremente, de maneira tão irreal e, portanto, difícil de acreditar, o enigma de uma história da qual, no final, só Deus tem a chave. Elas permitem uma desapropriação, renunciam ao saber absoluto, com o qual alguns seriam tentados a confundir a fé. E, mantendo-se assim fora de toda maestria, ousando reconhecer que a noite ao seu redor e dentro delas não recua, acessam a verdade preeminente: se o mundo continua a ser o que é, decepcionante e cruel, ainda é “possível viver de outra forma, viver com a noite, na noite", em uma "outra forma" revelada como o ágape "que não resiste, não evita, não escapa da violência da noite, mas corajosamente entra nela e se instala".

O fato é que, cada uma à sua maneira, essas mulheres viveram radicalmente o ágape, com a preocupação pelo outro, um "pelo outro" radical, que é o cerne da imitatio Dei: Teresa de Lisieux, em angústia pela salvação de Pranzini; Simone Weil, que compartilha a condição operária; Etty Hillesum e Edith Stein, que se empenham incansavelmente para ajudar e consolar na porta das câmaras de gás; Madre Teresa nas favelas de Calcutá e Marie Noel, que lança um olhar de terna compaixão sobre o humilde cotidiano de seus semelhantes.

Acrescentamos uma observação final sobre a categoria desse livro: ela confunde propositadamente as classificações acadêmicas. Em especial, e apesar da qualidade da pesquisa, seria equivocado simplesmente lê-lo como uma contribuição intelectual para a história do misticismo ou das mulheres. O autor que se expressa nessas páginas é um "eu" que não esconde a imensa admiração que lhe inspiram essas mulheres, tanto como cristão quanto como homem e padre. Ele declara de forma clara e aberta que recebeu, conhecendo-as e ouvindo-as por um longo tempo, um saber incomparável sobre a fé, que excede em muito o que se aprende habitualmente dos homens que questionam a fé e a traduzem em palavras e conceitos. O talento único dessas mulheres é o da experiência de Deus vivida sem filtro e sem proteção. "Os poetas falaram, os filósofos pensaram, elas atravessaram", ele pontua.

É positivo que este tributo chegue até nós pela boca de um homem, e mais ainda, de um clérigo. Honra-se assim o desejo expresso recentemente pelo Papa Francisco para que seja mantido o diálogo fundamental entre homens e mulheres.

Outro esclarecimento para registrar todo o alcance dessa obra: mesmo colocando em contato destinos tão fora do comum, o aspecto excepcional aqui não é constituído por uma mística de expressões espetaculares. E nem mesmo por vidas que deveriam ser contempladas apenas de longe, veneradas a distância como muitas vezes se faz com os santos, encontrando aqui os meios para reservar a estes uma fidelidade da qual seria possível eximir a si mesmos. Teresa di Lisieux ou Marie Noël, para retornar a esta última, são exemplos de extrema simplicidade, da cotidianidade mais comum, combinados com uma audácia espiritual e uma confiança intrépida.

Este livro, portanto, conduz todos os leitores a uma radicalidade mística que é, de fato e simplesmente, uma dimensão de toda a vida cristã, desde o minuto em que ela reconhece que é chamada a seguir Cristo, em qualquer forma de vocação. Também lembra a todo cristão que não deve ser o arauto de uma verdade presunçosa que explica tudo, mas testemunha de um mistério de vida e de graça, que não desanima o claro-escuro da vida humana, mesmo quando esta última se escurece e se faz viver como treva mortalmente ameaçadora. Desejamos, portanto, que essas páginas sejam em breve acessíveis a outros leitores, além dos versados no idioma francês.

Leia mais

  • A mística nupcial. Revista IHU On-Line, Nº. 460
  • Mística, estranha e essencial. Secularização e emancipação. Revista IHU On-Line, Nº. 435
  • O feminino e o Mistério. A contribuição das mulheres para a Mística. Revista IHU On-Line, Nº. 385
  • Filosofia, mística e espiritualidade. Simone Weil, cem anos. Revista IHU On-Line, Nº. 313
  • A noite escura de Madre Teresa de Calcutá. Entrevista especial com Luiz González-Quevedo. Revista IHU On-Line, Nº. 234
  • Hannah Arendt, Simone Weil e Edith Stein. Três mulheres que marcaram o século XXI. Revista IHU On-Line, Nº. 168
  • Simone Weil Palavra Viva. Revista IHU On-Line, Nº. 84
  • A Empatia em Edith Stein. Artigo de Renaldo Elesbão de Almeida. Cadernos IHU, Nº. 12
  • Papa Francisco, um papa ''feminista''?
  • Edith Stein, a santa judaica que morreu no campo de concentração
  • Madre Teresa, a santa que não encontrava Deus
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  • Etty Hillesum, a vida boa
  • No arco-íris de Etty Hillesum. Artigo de Gianfranco Ravasi
  • Etty Hillesum: reencontrar a vida no turbilhão do Holocausto
  • Todos os sons do silêncio de Deus. Artigo de Roberto Esposito
  • Uma reflexão livre sobre a mística cristã. Artigo de Marco Vannini
  • Poesia e mística: o silêncio como origem e destino. Entrevista especial com Mariana Ianelli
  • Espiritualidade dos sentidos: mística da vida vivida. Artigo de Jürgen Moltmann

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