17 Mai 2017
"Veríssimo não necessitava ir tão longe para encontrar o Deus multifacetado do Antigo Testamento. Bastaria ir àquele que revelou, em sua humanidade, a face real de Deus – Jesus de Nazaré", escreve Frei Betto, escritor, autor de “Um Deus muito humano” (Fontanar), entre outros livros.
Eis o artigo.
Em sua crônica de domingo, 7/5, em O Globo, Veríssimo diz que escolheu como Deus, no qual racionalmente se pode acreditar, aquele que se arrependeu de sua obra, admitiu o seu erro, levantou a poeira e deu a volta por cima para começar de novo – o Deus do Dilúvio, “Deus das dúvidas e do segundo pensamento. Um Deus com quem, decididamente, se pode conversar.”
Veríssimo não necessitava ir tão longe para encontrar o Deus multifacetado do Antigo Testamento. Bastaria ir àquele que revelou, em sua humanidade, a face real de Deus – Jesus de Nazaré.
Ali está o Deus que xinga o governador de “raposa” e os fariseus de “raça de víboras e sepulcros caiados”; se irrita com Pedro, a ponto de chamá-lo de “satanás”; se equivoca na escolha de Judas como apóstolo; passa à família a impressão de que enlouqueceu; faz o primeiro milagre, não para salvar uma pessoa, e sim para a festa não acabar, ao transformar água em vinho; se revela pela primeira vez como Messias a uma mulher; chora por que o amigo morreu; e deixa os abastados numa saia justa ao afirmar que é mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.
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O Deus do Veríssimo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU