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Quem é Miriam para os judeus

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04 Mai 2017

"O que importa, na prática, considerando que os usuários dessas histórias não eram filólogos, mas pessoas comuns, é que Maria resulta como uma mulher virtuosa e como uma vítima, diferentemente de outras fontes puramente polêmicos a seu respeito. Assim, assistimos a um paradoxo em que a figura de Maria, mesmo em um contexto polêmico, preserva aspectos de inocência e todos compreendem e compartilham seu sofrimento pessoal", escreve Riccardo Di Segni, rabino-chefe de Roma, em artigo publicado por L'Osservatore Romano, 02-05-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

Estas breves notas poderão decepcionar aqueles que procuram uma atenção especial no judaísmo em relação a Maria, mas a raiz do problema é que, em Maria, emergem as distâncias e as incompatibilidades entre os dois mundos. A messianidade e a divindade de Jesus são rejeitadas pelo judaísmo e isso constitui um dos pontos fundamentais da diferença entre a fé judaica e o cristianismo. O resultado foi que na história e na cultura judaica gerou-se um distanciamento da figura de Jesus, que se expressa de várias maneiras diz 

Jesus, no judaísmo, é geralmente ignorado; outras vezes há uma forte evitação; sempre que o judaísmo precisa confrontar-se com o problema, isso acaba ocorrendo no contexto de doutas polêmicas ou de toscas formas de contraposição; apenas nos últimos séculos surgiram, por parte de alguns estudiosos, incipientes tentativas de recuperação de sua doutrina, entendida como doutrina judaica, evidentemente sem a aceitação dos pontos de fé que constituem a essência do cristianismo.

Tais atitudes nos confrontos de Jesus também são estendidas de várias formas para o círculo de seus discípulos e apóstolos e aos seus familiares, primeiramente à sua mãe, Maria. Assim, não deve causar surpresa se no imaginário coletivo judaico a personagem de Maria é substancialmente e basicamente ignorada. Não é só uma mera falta de interesse, mas o que mais se destaca é a diferença doutrinária: tudo o que, especialmente no mundo católico, caracteriza o culto de Maria como mãe de Deus e mãe sofredora, parece ser desnecessário e não compartilhável. Eventualmente, a alternativa para o distanciamento não é o interesse e o compartilhamento, como poderia acontecer para os aspectos doutrinários da pregação de Jesus, mas a contraposição e o ataque à sua própria figura. Isto acontece em algumas formas que podemos chamar de populares e, certamente, constitui apenas um nicho marginal. A maneira com que esse tema se desenvolve - em alguns aspectos, contraditória - constitui um interessante campo de estudo, evidentemente de viés histórico, dificilmente de tipo dialógico.

O ponto de partida é um contexto polêmico. Como se sabe, a crença cristã do nascimento virginal de Jesus foi contestada desde o início pelos adversários, pagãos e judeus. A demonstração escritural dos Evangelhos (Mateus 1, 23), com base no versículo de Isaías (7, 14: "Eis que a almah grávida, dará à luz”), em que almah, “moça”, traduziu-se por “virgem”, é inaceitável no âmbito judaico, no qual, quando muito, poderá ser considerada como um elegante exercício exegético, mas jamais uma prova. Assim, nos primeiros séculos circulavam versões polêmicas, que não só negavam o nascimento virginal, mas falavam de um relacionamento adúltero e de um pai biológico diferente de José; pai, por vezes, identificado com um romano (portanto, não judeu) chamado Pantera. Desses relatos subsistiram traços fragmentários nos escritos rabínicos dos primeiros séculos. Caso fosse uma relação de adultério, consequentemente Maria também foi adúltera e, como tal, culpada.

Deve ser dito, porém, que as poucas e confusas fontes da Antiguidade não se aprofundam sobre esse ponto, preferindo enfatizar a natureza de Jesus, em vez das qualidades maternais. Neste contexto a única exceção provém de uma vertente narrativa específica, a dos Toledot Yeshu ("Histórias de Jesus"), que são lendas amplamente difundidas nos círculos judeus sobre Jesus e os primórdios do cristianismo. Em algumas dessas lendas é dedicada muita atenção às circunstâncias que levaram ao nascimento de Jesus, com histórias que ao longo dos séculos foram se enriquecendo de detalhes até se transformarem em uma espécie de romance.

A essência da história é que Jesus seria o resultado de um adultério, mas a mãe não é uma pecadora, aliás, é a vítima inocente de um engano em que uma pessoa assumiu o semblante do marido. E, na sequência da história, vemos Maria (Miriam no texto) dedicar-se carinhosamente ao filho, à sua educação e a tudo que caracteriza uma mãe virtuosa. O exame filológico dessa história revela aspectos surpreendentes. Trata-se, na realidade, de um tema narrativo muito antigo, do adúltero que assume a aparência do marido e da mulher vítima inocente do engano.

É um tema que costuma seguir duas vertentes, uma sagrado-mitológica, que descreve o nascimento de semideuses (como Héracles, por Zeus que assume a aparência de Anfitrião) ou de personagens especiais (Merlin, na saga do Rei Artur); a outra, literária e polêmica, vai das lendas sobre o nascimento de Alexandre Magno até a novela do Decameron de Teodolinda. Portanto, o tema está presente nas lendas judaicas e é difícil agora identificar se é apenas uma narrativa polêmica ou se reflete o surgimento de uma antiga narrativa heterodoxa em que Jesus era considerado uma espécie de semideus.

O que importa, na prática, considerando que os usuários dessas histórias não eram filólogos, mas pessoas comuns, é que Maria resulta como uma mulher virtuosa e como uma vítima, diferentemente de outras fontes puramente polêmicos a seu respeito. Assim, assistimos a um paradoxo em que a figura de Maria, mesmo em um contexto polêmico, preserva aspectos de inocência e todos compreendem e compartilham seu sofrimento pessoal.

O quadro da relação judaica com Maria deve ser complementado por duas outras séries de considerações. A primeira é que a imagem de Maria, tal como se apresenta na tradição cristã, está intimamente associada a origens judaicas. Bíblicas em primeiro lugar: o modelo de personagens bíblicas do sexo feminino, Raquel, mulher de Jacó que dá à luz durante uma viagem; Miriam, irmã de Moisés, da qual toma o nome; a esposa de Manoá e mãe de Sansão, cuja história prefigura a cena da anunciação e Ana, mãe de Samuel, cuja história antes e depois do nascimento do filho inspira alguns momentos de Maria e cuja oração de gratidão torna-se o modelo do Magnificat; sem esquecer a exaltação da mulher virtuosa no último capítulo dos Provérbios, em que algumas características aparecem em Maria.

A Maria dos Evangelhos respeita as normas de purificação puerperal do Levítico; seu laço nupcial corresponde ao das regras rabínicas. Mais ainda, a Maria dos apócrifos, em que é descrita como uma criança servindo no Templo de Jerusalém resulta da mistura de diferentes elementos nos quais, contudo, é fácil reconhecer, embora deformada, a raiz hebraica: não havia meninas a serviço no Templo, mas a história de seu nascimento na área protegida reproduz as normas rituais de pureza judaica, e o fim do seu serviço em idade precoce também está ligado a padrões de rituais de pureza judaicos. Em última análise, a figura de Maria, apesar de tudo o que de não judaico caracteriza-a na evolução histórica, não seria o que é sem raízes judaicas muito sólidas.

A segunda consideração aborda uma questão muito delicada: Maria, especialmente no catolicismo, desempenha um papel muito feminino de mediação salvífica entre o plano divino e o humano, e a ela são dirigidas as esperanças e as orações dos fiéis. Tudo isso, como dissemos, é impensável no âmbito judaico, mas seria interessante questionar se a ausência e o vazio desta figura e desses papéis no judaísmo, não teriam induzido o desenvolvimento de formas alternativas e de compensação.

Chama a atenção que no judaísmo o aspecto feminino místico e salvífico não é vivido no nível individual, através de uma única personagem: é possível idealizar as matriarcas ou outras mulheres bíblicas, mas nenhuma resume em si tudo o que o cristianismo concentra em Maria; ao contrário, é a coletividade de Israel que se torna um símbolo de noiva, de mãe, da filha divina, ora amada, ora sofredora.

Para encontrar algum símbolo de mediação talvez seja preciso olhar para o campo místico, onde a última das Sefirot (chamada Reino) torna-se o elo entre a realidade superior e a terrena. O Reino vai para o exílio e segue o povo nos seus sofrimentos. Mas, no judaísmo, ninguém jamais irá orar dirigindo-se ao Reino; mas sim, se for um fiel místico, pedirá que o Reino reúna-se com o Alto. Em suma, mesmo no que de longe poderia sugerir alguma linha de semelhança, percebe-se uma diferença substancial intransponível.

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