Por: João Flores da Cunha | 20 Outubro 2016
Os governos de El Salvador, Guatemala e Honduras estão “dando as costas a centenas de milhares” de pessoas que fogem da violência na América Central, de acordo com um relatório divulgado em 14-10 pela organização não-governamental Anistia Internacional. A ONG denunciou que esses países não têm cumprido com a responsabilidade de proteger seus cidadãos da violência, e que isso aumenta o número de refugiados que se veem obrigados a fugir da região.
Intitulado “Lar doce lar? O papel de Honduras, Guatemala e El Salvador na crescente crise de refugiados”, o relatório destaca que a região convive com um nível de violência que é típico de zonas de guerra. Os três países formam o que é conhecido como Triângulo Norte, região marcada pela violência desde meados do século XX, e que conta com índices de homicídio que estão entre os mais altos do mundo.
Habitantes desses países se veem forçados a fugir para a América do Norte “para salvar a vida”, segundo a Anistia Internacional. O relatório também responsabiliza os governos por não darem assistência às pessoas que são deportadas dos Estados Unidos e do México quando essas voltam à América Central e precisam ser reintegradas na sociedade.
#HogarDulceHogar? El año pasado más del 50% de los homicidios en el Triángulo Norte tenían menos de 30 años https://t.co/TyOUO4ybsW pic.twitter.com/Z16OqKoKnh
— Amnistía Int. México (@AIMexico) 14 de outubro de 2016
As pessoas que sofrem com a violência na América Central são “protagonistas de uma das crises de refugiados menos visíveis do mundo”, afirmou Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional. O relatório destacou ainda a impunidade dos crimes, que raramente são solucionados, e o fato de que eles afetam principalmente os jovens: mais da metade dos assassinados em 2015 nesses países tinham menos de 30 anos, segundo a ONG.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Governos de países da América Central contribuem para crise de refugiados, diz Anistia Internacional - Instituto Humanitas Unisinos - IHU