03 Setembro 2008
A linha da Igreja não mudou: quando o eletroencefalograma não mais oscila, então há a morte cerebral. E doar os órgãos, “quando não há perigo de morte para o doador, ou um dano desproporcionado, é um ato de grande caridade para com o próximo”. O cardeal Javier Lozano Barragan, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, tomou oficialmente as distâncias de Lucetta Scaraffia que no jornal L’Osservatore Romano colocou em discussão os atuais critérios para estabelecer o fim da vida.
A reportagem é de Silvio Buzzanca e publicada pelo jornal La Repubblica, 04-09-2008.
“Não há nenhuma mudança. Sempre sustentamso que a morte existe quando há a completa ausência de sinais do encefalográficos, do cérebro, do tronco cerebral, por um período de, ao menos, três horas. É o que as pesquisas científicas atuais nos dizem”, explica Barragan.
O cardeal afirma que o artigo do jornal da Santa Sé “somente diz que é preciso estar atento aos desenvolvimentos da ciência. Antes se pensava que para estabelecer a vinda da morte bastava a parada circulatória ou respiratória. Hoje sabemos que não é assim”. Segundo Barragan, porém “a ciência vai evoluindo e pode descobrir outras coisas e nós devemos estar abertos aos sinais. No futuro pode mudar, mas agora não é assim”. No momento, “o critério das seis horas de nenhum sinal registrado no encefalograma, como afirmam os manuais de bioética católica, não foi superado”.
Na verdade, sobre o tema não há uma posição oficial da Igreja. E o ministro da saúde do Vaticano o recorda. “A Igreja não se pronunciou solenemente sobre isto Esta é uma doutrina que seguimos. Espera-se que a Congregação para Doutrina da Fé, quando achar oportuno, publique um documento sobre o tema. Seria uma contribuição muito útil”.
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"Sobre a morte cerebral, não mudamos de linha’, afirma o Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU