06 Outubro 2009
Pariaman é um monte de escombros, um símbolo da destruição. É muito mais rápido contar as casas que continuam de pé do que aquelas derrubadas pelo terremoto que, em 30 de setembro, arrasou a costa oeste de Sumatra (Indonésia). “Quando o terremoto começou, as casas tremeram, muitas caíram, a terra começou a descer das montanhas e levou tudo”, conta Samsidar Basir, de 47 anos. Dezenas de vizinhos, assim como ela, estão acampadas em barracas montadas entre os escombros. Não sabem o que será deles nem quem os ajudará a reconstruir suas casas.
Rodeada de altas montanhas, palmeiras e campos de arroz, Pariaman (72.000 habitantes) é o município mais próximo do epicentro do terremoto. Está a 56 quilômetros de Padang, a capital da província. Mais da metade das casas foi destruída. As equipes de resgate, até agora concentradas em Padang, não chegaram até este domingo pela manhã, conta Samsidar. “Nós mesmos tivemos que transladar os feridos e procurar os desaparecidos. Enquanto isso, dos bairros vizinhos nos traziam comida e água para sobreviver”, disse.
As ONGs começaram a chegar durante o fim de semana e mesmo que no começo se centraram em Padang, onde o terremoto derrubou mais de 20.000 prédios, começaram a sair para lugares mais remotos.
O terremoto levou o medo à região, situada no chamado anel de fogo do Pacífico pela grande frequência de terremotos. Os habitantes estavam acostumados aos tremores, mas de menor intensidade. “Nenhum como este”, assegura Arwilis. “Estamos muito assustados, temos medo de que se repita, e rezo para que encontrem com vida as pessoas que faltam”. É pouco provável que, passados mais de quatro dias, os 3.000 desaparecidos que ainda não foram encontrados sejam resgatados com vida.
(cfr. notícia do dia 06-10-09, desta página).
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"A terra engoliu tudo’. Relatos do terremoto na Indonésia. - Instituto Humanitas Unisinos - IHU