Profetas da ecologia condenam incineração do lixo

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

19 Agosto 2011

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) está em campanha permanente contra a incineração do lixo. Em ação inédita, duas catadoras ajuizaram ação popular contra a Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, São Paulo, na tentativa de barrar o projeto do incinerador no antigo lixão do Alvarenga.

A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 19-08-2011.

A ação pede a suspensão imediata do edital de licitação do incinerador, denominado de "Usina Verde" pela administração municipal.

"Nós somos contra isso porque agride o meio ambiente. Queimando os resíduos terão que extrair novos recursos naturais para produzir mais matéria-prima. Se não cuidarmos do planeta agora não sabemos como vai ficar daqui a anos", disse para o portal do MNCR a catadora Maria Mônica da Silva, uma das autoras da ação judicial.

O catador é um profeta da ecologia, sanitário de um universo doente, médico do planeta Terra, anjo da guarda de arroios, rios, lagos e do mar, descreve em artigo para o Instituto Humanitas Unisinos - IHU o irmão marista Antonio Cechin.

"O planeta, nossa casa comum, não agüenta mais tanta sujeira amontoada nos lixões, isso quando não é lançada diretamente in natura nos mananciais hídricos, conspurcando a própria fonte de vida que a água significa para todo e qualquer vivente", arrola Cechin.

O marista lembra que ao separar uma tonelada de latinhas de alumino, embalagens de cervejas e refrigerantes, e devolvê-las para a indústria, o catador preserva dentro do solo 12 toneladas de bauxita, matéria-prima que fica reservada para gerações futuras. Ao realizar a triagem de uma tonelada de papel ou papelão, o catador impede que 25 árvores sejam derrubadas.

"Nosso catador é considerado profeta da ecologia porque é ele quem dá à sociedade consumista uma notícia má ao lado de uma notícia boa. Ele denuncia a triste situação em que se encontra o planeta e ao mesmo tempo anuncia a saída possível, através de três erres: reduzir a quantidade de resíduos, reutilizar tudo o que for possível, e reciclar devolvendo matéria-prima às fábricas", arrola Cechin.