Emparedado por uma sucessão de denúncias,
Wagner Rossi se tornou ontem o quarto ministro a deixar o governo
Dilma Rousseff desde a posse da presidente em janeiro. Para substituí-lo, o vice-presidente Michel Temer convidou o deputado gaúcho
Mendes Ribeiro Filho (PMDB). Com o aval de
Dilma, o gaúcho aceitou o desafio.
A informação é do jornal
Zero Hora, 18-08-2011.
Aliado de primeira hora da presidente Dilma Rousseff, o gaúcho
Mendes Ribeiro Filho (PMDB) aceitou na noite de ontem o maior desafio dos seus cinco mandatos federais em Brasília: assumir o Ministério da Agricultura e acabar com a onda de denúncias que cerca a pasta há quatro semanas e que culminou com a queda de
Wagner Rossi.
Uma reunião ainda ontem à noite, liderada pelo vice-presidente,
Michel Temer (PMDB), definiu o futuro do deputado federal – mas, antes mesmo do encontro, ele já se demonstrava inclinado a assumir a vaga. No início da madrugada, ao deixar o Palácio do Jaburu, após uma reunião de quase duas horas, o presidente do PMDB, senador
Valdir Raupp (RO), confirmou que o gaúcho será empossado na segunda ou na terça-feira.
A confirmação do novo ministro também foi dada pelo líder do PMDB na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN), pelo Twitter. “Mendes Ribeiro será o novo ministro da Agricultura. O nome do deputado é uma indicação da bancada do PMDB da Câmara. O vice-presidente Michel Temer submeteu o nome de Mendes à presidente Dilma que aprovou a escolha”, escreveu o parlamentar.
Momentos antes, à meia-noite,
Temer, voltando da conversa com Dilma no Palácio da Alvorada, entrou na sua residência oficial pelo portão da frente. Com o vidro do carro aberto, fez sinal de positivo aos jornalistas ao ser questionado se Mendes já estava confirmado como novo ministro. Ontem, antes da reunião, o gaúcho confidenciou a interlocutores que estaria disposto a assumir o desafio.
Com mudança, Padilha ganhará vaga na Câmara
Mesmo não tendo experiência na área da agricultura,
Mendes, que hoje é líder do governo no Congresso, conta com a simpatia e a confiança da presidente.
Dos líderes peemedebistas gaúchos, ele foi o único a abrir apoio à candidatura da petista nas eleições presidenciais do ano passado. A maior parte dos líderes peemedebistas do Estado preferiam
José Serra (PSDB).
Mendes chegou a se indispor com colegas de partido ao insistir no apoio oficial a Dilma, apesar da rivalidade regional entre as siglas. E, com isso, angariou crédito.
De acordo com
Temer, até se definir por Mendes, o PMDB trabalhava com quatro nomes possíveis para substituir Rossi. Como critério para a definição, o vice se limitou a dizer que o novo ministro “precisará ser ficha limpa como Rossi”. A escolha de Mendes resolve várias equações políticas que surgiram a partir daqueda do ex-ministro, que era apadrinhado de Temer. Em primeiro lugar, abriu vaga na Câmara para o suplente
Eliseu Padilha (PMDB).
Além disso, o ministério continuará com o PMDB da Câmara e ficará aberto o cargo de líder do governo no Congresso, que poderia ser negociado. O PMDB do Senado estava, desde antes, de olho nessa vaga.
Mendes participou ontem à noite de diversas reuniões da cúpula peemedebista. Além dele e de
Temer,
Raupp,
Renan Calheiros (AL) e
Romero Jucá (RR) discutiriam a sucessão na Agricultura.
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Ministro da Agricultura pede demissão e Dilma nomeia deputado gaúcho do PMDB - Instituto Humanitas Unisinos - IHU