Vatileaks: ''A comissão cardinalícia investiga em todas as direções''

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19 Junho 2012

A comissão de três cardeais nomeada pelo Papa Bento XVI para investigar "a amplo alcance" sobre o caso Vatileaks ouviu até agora 23 pessoas, e entre elas figura também o ex-ajudante de quarto do pontífice, Paolo Gabriele, até hoje o único imputado no âmbito das investigações.

A reportagem é de Alessandro Speciale, publicada no sítio Vatican Insider, 18-06-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Os três idosos purpurados – o espanhol da Opus Dei Julián Herranz, ex-presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, o eslovaco Jozef Tomko, ex-prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, e o italiano Salvatore De Giorgi, ex-arcebispo de Palermo, todos com mais de 80 anos –, no sábado à tarde, fizeram seu relatório ao Papa Ratzinger.

O encontro foi anunciado de forma não casual pela Santa Sé – explicou hoje o porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi, no já habitual briefing com os jornalistas – porque se queria "fazer entender" que há uma "progressão" no seu trabalho. Mas a audiência com o papa foi simplesmente uma oportunidade para "fazer um balanço" dos trabalhos de investigação e certamente não significa que o seu trabalho está concluído.

Para Lombardi, entre as 23 pessoas ouvidas pelos três purpurados, há "superiores e funcionários dos dicastérios vaticanos, clérigos e leigos, e também outras pessoas que poderiam estar informadas sobre os fatos". Impossível, exceto o do Gabriele, ter outros nomes das pessoas convocadas.

No entanto, lembrou o porta-voz vaticano, o fato de uma pessoa ser ouvida pela Comissão Cardinalícia "não significa que ela está sendo investigada", mas apenas que pode ter informações consideradas úteis.

Enquanto a comissão continua o seu trabalho, com a liberdade de "se mover em todas as direções" e sem "conclusões pré-fabricadas", Paolo Gabriele parece destinado a permanecer sob custódia cautelar no quartel da Gendarmaria Vaticana ainda por mais um tempo – o limite de 100 dias previsto pelas leis em vigor no menor Estado do mundo irá terminar no dia 31 de agosto.

Apesar do pedido de liberação apresentado pelos advogados, o juiz instrutor Piero Antonio Bonnet, por enquanto, "não considerou" a aceitá-la. Enquanto isso, prepara-se o calendário dos próximos "interrogatórios formais", aos quais será submetido o ex-mordomo – que ontem participou da missa junto com alguns de seus familiares – pelos investigadores.

Em suma, assegurou o porta-voz vaticano, a dupla investigação paralela iniciada por trás dos Muros Leoninos segue em frente, mesmo que, do lado de fora, os seus tempos possam ser considerados difíceis de "digerir" à luz da espera e da curiosidade da opinião pública: "Todos nós – explicou o porta-voz vaticano – estamos esperando saber mais a respeito, mas há tempos de espera necessários" e "não é correto se basear em fontes não confiáveis para especular sobre quem poderia ter sido, se houverem, mandantes e cúmplices".

Um discurso que também vale para o encontro do Moneyval [grupo europeu que avalia os sistemas de combate à lavagem de dinheiro] do início de julho, que irá discutir a entrada do Vaticano na "lista branca" dos países financeiramente transparentes.