Sínodo dos Bispos sobre a família. Jovens alemães respondem ao questionário

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26 Novembro 2013

Os jovens católicos não vivem necessariamente segundo a orientação da Igreja.

O Vaticano enviou a todas as conferências episcopais nacionais um questionário tendo em vista o Sínodo Extraordinário dos Bispos, que ocorrerá em 2014. O objeto é a situação da família. A BDKJ (Bund der Deutschen Katholischen Jugend – Federação das Associações dos Jovens Católicos Alemães) colocou o questionário on-line. O assessor de imprensa da entidade, Michael Kreuzfelder, foi entrevistado pelo sitio Dom Radio, 19-11-2013. A tradução da versão italiana é de Anete Amorim Pezzini.

Eis a entrevista.

Senhor Kreuzfelder, trata-se de perguntas de âmbito estritamente privado, certo?

Precisamente. Isso nos faz também um pouco refletir sobre a oportunidade de difundir o questionário. Podemos fazê-lo? Devemos fazê-lo? Não deve ser uma olhada “voyeurística” no quarto de dormir dos jovens católicos, trata-se, ao contrário, da possibilidade de participar, de colaborar. Não é uma obrigação, mas é uma possibilidade de expressar a própria opinião sobre essas questões.

É tudo absolutamente anônimo, isto é, não se poderá de maneira nenhuma atribuir-lhe a procedência. Portanto, é uma investigação absolutamente anônima, e, por isso, dizemos que, sim, era um tema para jovens católicos, cujas vozes desejamos trazer ao Vaticano. Essa é a ideia por trás do questionário, que agora está 24 horas on-line.

Já há ressonância? Pode dizer-nos o que tem chegado?

Sim, especialmente nas mídias sociais, no Facebook e no Twitter, a coisa está girando. Em menos de 24 horas tivemos uma situação de mais de mil pessoas que preencheram o questionário, e isso já é uma enorme ressonância.

Quais são os primeiro resultados?

Primeiro de tudo, vejamos o que se percebe, quando nos entretemos com os jovens, e isso é a realidade da vida das pessoas jovens. Naturalmente, para a maior parte deles a contracepção tem importância; um relacionamento fixo e a vida junto são coisas absolutamente normais para os adolescentes e os jovens adultos. Também é precisamente isso que, até mesmo, o Vaticano quer saber.

Os jovens conhecem a nossa doutrina? É efetivamente isso que queremos deles? E vivem segundo tais ensinamentos? E lá, depois desses primeiros minirresultados, poderemos realmente ver que as pessoas dizem: sim, sabemos o que a Igreja quer que façamos, mas para a nossa realidade de vida isso não tem nenhuma relevância.

Por isso, até agora o resultado é: o que está sendo vivido não é conciliável com o ensinamento da Igreja.

O que significa isso agora para o Sínodo?

Por primeiro, devemos esperar que os bispos alemães, a quem transmitiremos os resultados, simplesmente os encaminhem para Roma. Naturalmente, faremos uma síntese dos resultados, e isso significa, acredito, para os bispos de todo o mundo e para o Vaticano, levar em consideração as realidades de vida, e não imediatamente julgá-los, e dizer que eles não correspondem à doutrina da Igreja.

Ao contrário, pela primeira vez, trata-se de ver como se comportam os jovens em geral na nossa Igreja. E será uma coisa apaixonante: se os bispos e o Vaticano abordarem e discutirem verdadeiramente essa questão, teremos dado um grande passo avante.

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