Por: André | 15 Setembro 2014
O futuro arcebispo de Madri, Carlos Osoro (foto), disse, na sexta-feira, dia 11 de setembro, que não quer fazer um “apostolado de sala”, mas estar muito próximo dos problemas das pessoas, de “tantos jovens sem trabalho” e de “tantas famílias e crianças” que passam por dificuldades. “Não gostaria de ser um homem que quer fazer apostolado na sala e entendo que isso se faz quando teorizamos sobre muitas coisas. Quisera que a medida do meu amor e do amor do Senhor fosse o amor sem medida, essa capacidade de não procurar o que dar, mas dar-me a mim mesmo”, indicou.
Fonte: http://bit.ly/1wnQCIc |
A reportagem é publicada por Religión Digital, 12-09-2014. A tradução é de André Langer.
Conforme precisa Osoro Sierra, neste momento há “muitas pessoas que estão sofrendo, vivendo grandes necessidades, que não têm trabalho, não têm horizontes, nem sequer os elementos básicos para viver a dignidade que todo ser humano tem, e essa é uma das minhas grandes preocupações”.
Para estar próximo destas pessoas, Osoro seguirá os passos do Papa Francisco – “que está dizendo o que quer dos bispos com sua própria vida” – e procurará fazer como Jesus, que veio “não para ser servido, mas para servir e dar a vida por todos”. “Estou muito longe disso, mas é o que eu quero dar”, precisou.
O futuro arcebispo de Madri, que tomará posse no próximo dia 25 de outubro, quer proporcionar “a proximidade” de Deus também àqueles que “não estão tão perto” da Igreja para “fazê-los ver que a Igreja é um prolongamento sério e vivo desse amor do Senhor para todos os homens”. Além disso, vai animar os madrilenses a não ficarem na “sala”, mas a sair para “ajudar” e tirar o “coração de pedra”. Está convencido de que é enviado para Madri para “tornar possível essa grande família que é a Igreja”.
Quanto ao seu perfil, indica que vai ser como foi em Valência, porque as coisas com as quais nasceu e viveu vão com ele “sempre”. No momento, o que está pedindo a Deus é “sabedoria” para “ser o arcebispo que os madrilenses necessitam”. Perguntado se está preocupado com a crise, a corrupção ou a unidade da Espanha, Osoro Sierra indica que “naturalmente” essas coisas o “preocupam, como a qualquer ser humano que tiver consciência do que está acontecendo no mundo”.
Também diz que está muito preocupado com o laicismo, embora o novo arcebispo de Madri recordasse que, de acordo com uma pesquisa recente, “uma alta porcentagem de jovens desanimados com a situação que se vive escolhiam como seus personagens mais admirados a Madre Teresa de Calcutá ou o Papa Francisco”.
Em todo o caso, insiste em que um dos problemas que mais o preocupa é a situação atual de “tantos jovens e famílias sem trabalho”. Além disso, chama a atenção para as “escravidões” que existem agora mesmo no Ocidente e precisa que “a pior de todas” é “que não há um desenho real do que é o ser humano”, o que faz com que uns se “utilizem” de outros.
Osoro propõe-se a recuperar esse desenho de um homem caracterizado pela “responsabilidade” e pela “tolerância”, um valor que, segundo explicou, “torna possível o crescimento do ser humano na liberdade”.
“Não sou político, nem professor universitário; sou simplesmente um bispo e quero devolver esse desenho, e o grande desenho do homem nos é descrito por Jesus Cristo”, assinala. Trata-se de “um homem – segundo assegura Carlos Osoro Sierra – que fomenta o trabalho, a responsabilidade, a austeridade, a solidariedade, a tolerância, a visão de homem sempre em sua totalidade, que tem que exigir direitos, mas também cumprir deveres, que olha de frente para todos os problemas”, destacou.
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“Não sou político, nem professor universitário; sou simplesmente um bispo”, diz novo arcebispo de Madri - Instituto Humanitas Unisinos - IHU