Fundos abutres. “Uma bomba sobre o sistema global”, declara Stiglitz

Mais Lidos

  • Cristo Rei ou Cristo servidor? Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • Dois projetos de poder, dois destinos para a República: a urgência de uma escolha civilizatória. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • Desce da cruz: a sedução dos algoritmos. Comentário de Ana Casarotti

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Caroline | 04 Agosto 2014

“Tivemos muitas bombas ao redor do mundo, e esta é uma que os Estados Unidos estão jogando sobre todo o sistema econômico global. Não sabemos quando será a explosão e as consequências não serão sentidas apenas na Argentina”. Tal afirmação foi do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz (foto) em declarações ao jornal The New York Times. O economista questionou com dureza a falha do juiz Thomas Griesa, validada pela Câmara de Apelações dos Estados Unidos e a Suprema Corte do país.

A reportagem é publicada por Página/12, 01-08-2014. A tradução é do Cepat.

 
Fonte: http://goo.gl/yK2j1t  

“A campanha contra Argentina mostra quão profunda pode ser a influência dos fundos abutres fora dos mercados nos quais apostam. Enquanto a assinatura do Sr.(Paul) Singer ainda tem que cobrar algum dinheiro da Argentina, alguns especialistas em dívida assinalam que a batalha já orientou a balança a favor dos credores no enorme mercado da dívida ao qual recorrem recorrentemente os países para enfrentar seu déficit”, destacou Stiglitz no NYT.

Para Stiglitz não está em jogo apenas o processo de reestruturação da dívida argentina, mas a ação dos fundos abutres pretende disciplinar o sistema financeiro para que continue operando de maneira autorregulada. “A consequência desta mudança na relação de forças é bastante lógica. Os países em crise agora podem encontrar mais dificuldade para o alívio frente aos credores depois de um default de sua dívida”, concluiu o Prêmio Nobel.

A partir do caso argentino, vários países começaram a modificar sua legislação para se resguardar frente às demandas minoritárias dos fundos abutres, como ocorreu no centro financeiro de Luxemburgo ou Inglaterra. O próprio chefe de Gabinete da Argentina, Jorge Capitanich, defendeu que o país poderia recorrer à ONU para impulsionar uma convenção sobre a reestruturação da dívida.