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Um olhar antropológico sobre as práticas de oração. A outra globalização

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12 Junho 2014

A riqueza comum da oração abraça a humanidade em um único anseio. A mundialidade da oração é outro tipo de globalização que sempre existiu, mesmo que culturas diferentes ignorem o fato de tê-la em comum.

A análise é do antropólogo e arquiteto italiano Franco La Cecla, professor da Universidade de Bolonha, e da historiadora italiana Lucetta Scaraffia, professora da Universidade La Sapienza de Roma. O artigo foi publicado no jornal L'Osservatore Romano, 07-06-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto

Eis o texto.

"Será um encontro de oração, não será para fazer uma mediação ou buscar soluções, não. Vamos nos reunir para rezar, somente." Com essas palavras, o Papa Francisco anunciou o encontro que ocorreu no Vaticano na noite de Pentecostes com Shimon Peres e Mahmoud Abbas, na presença do Patriarca Bartolomeu.

Certamente, há quem pense que se reunir "para rezar somente" não pode ter repercussões políticas também importantes, mas a oração tem uma força que pode abrir as portas para um processo de paz em uma situação tão conturbada.

Quem o disse claramente foi o cardeal secretário de Estado, Parolin: "A oração tem uma força política que talvez nós ainda não conheçamos e que deve ser explorada ao máximo". E ela consiste justamente no fato de que, mesmo entre fés e culturas diferentes, a ideia de rezar é algo comum.

É nesse valor antropológico, na comunhão humana do voltar-se ao ser supremo ou à sua presença divina no mundo que estão em jogo aspectos ignorados pela diplomacia e pela estratégia. Porque o apelo papal toca aquele desejo comum a culturas diferentes do qual muitas vezes as próprias culturas não têm consciência.

O "choque de civilizações" ignora que, no Islã, assim como no judaísmo, no cristianismo do Oriente e no do Ocidente, rezar tem um sentido e uma força inéditos: a força de quem está convencido de que, nas vicissitudes humanas, é necessário que a divindade venha em socorro para inspirar, infundir coragem, sugerir confiança.

Não é por acaso que, nessas fés – e até mesmo em outras aparentemente distantes como o hinduísmo, o budismo, mas também em formas de culto da divindade na natureza, como em muitos povos indígenas –, a oração se manifesta como um voltar-se com insistência, um transformar o próprio rezar em uma prática constante, a ponto de levar a pensar que um instrumento como o rosário é um dos mais antigos da humanidade.

De fato, nas contas do rosário, que mudam de número em cada cultura, há a idêntica ideia da oração contínua, do orante como um atleta insistente que visa a obter a sua própria ascese e a bater várias vezes nas portas da divindade.

A oração une como uma poesia repetida, como uma invocação sincera, como um canto que acompanha a respiração e transforma o indivíduo e a coletividade orante em uma magnífica máquina de oração. Estamos acostumados demais com a ideia de que a oração deve seguir a espontaneidade do coração e esquecemos que ela é, acima de tudo, um conjunto de práticas que disciplinam o ritual e lhe dão o caráter de algo que abraça e transcende o próprio orante, transformando-o.

Por isso, pode haver encontros entre religiões diferentes, porque a oração obriga a uma obediência que vai além das próprias intenções do orante. Na oração constante dos rosários, há um bordão e um silêncio que deixa a divindade falar e a faz atravessar as nossas pobres intenções.

Naturalmente, aceitar essa visão tem consequências também políticas, e a mensagem de Pentecostes é deixar que uma visão superior entre na arenga dos conflitos.

As palavras e as práticas de oração são diferentes nas religiões, mas raramente se observou um fato realmente singular, ou seja, nos pontos do mundo mais distantes entre si o instrumento com que ela é praticada se assemelha muito. O rosário é de fato o objeto mais difundido no mundo (o segundo é, tristemente, a kalashnikov).

A oração envolve a voz e o corpo, mede o tempo e descreve no espaço linhas circulares que se assemelham às linhas que o peregrino das fés mais diferentes traça ao redor de santuários e lugares sagrados, sejam elas uma romaria, um percurso em torno de Meca ou uma peregrinação em torno do Monte Khailash.

Ela lembra que o corpo do orante é um corpo em movimento, rumo e ao redor de algo e que nunca deve se cansar de prosseguir rumo à divindade. Grandes escritores do nosso tempo, como Salinger, entenderam isso. No seu Franny e Zooey, uma adolescente descobre no diário do irmão falecido referências à oração do peregrino russo, ao hesicasmo, à ideia da oração sem fim e fica fascinada, porque a oração se abre a ela na forma de pergunta: como é possível rezar constantemente?

A oração lembra na cotidianidade que o que vivemos não é apenas uma sucessão de instantes, mas que o tempo tem um sentido eterno, assim como é eterno a repetição da respiração e dos batimentos cardíacos. Ela vence o desespero até mesmo em situações de grande opressão. Os peregrinos tibetanos que percorrem quilômetros prostrando-se, estendendo-se no chão e recitando os mantras lembram que todo o seu país é sagrado e eles confirmam isso com o seu próprio corpo orante. Não diferentemente daquilo que as Vias Sacras, as cinco orações do dia no Islã e as invocações judaicas lembram ao crente.

Relata Tobie Nathan, psiquiatra francês de origem egípcia e judaica, que o seu pai "rezava não por dever, mas porque Deus estava ali, perto dele. Duas vezes por dia, por cerca de 20 minutos, ele sussurrava em hebraico palavras que ele mal e mal compreendia, sobre as quais ele não refletia nunca, palavras que para ele eram uma música do coração. Duas vezes por dia, sem falhar, de manhã e à noite, enquadrando momentos da noite, fecundos e perigosos, ele se colocava de pé – de manhã revestido com o seu xale de oração, com os filactérios no braço e na testa, e à noite, com o mesmo livro de orações usado, amarelecido".

E escreveu Romano Guardini, grande amante do rosário: "A coroa das contas evidentemente tem a tarefa de facilitar o recolhimento do espírito. De uma conta se passa à outra; o seu número mantém as repetições em uma medida reconhecida como conveniente pela longa experiência. Se não existissem, você se deveria tomar cuidado para não exagerar no muito ou no pouco, e a sua atenção se desviaria, assim, do essencial. As contas contam por ele".

A oração é o símbolo da piedade que o orante é capaz de suscitar na divindade e da sua capacidade totalmente humana de mover a história para além das aparências e das difíceis esperanças. Hoje, a atenção antropológica e das ciências humanas está redescobrindo a presença popular profunda e difundida em todo o mundo das práticas de oração, do pescador hindu que busca proteção na deusa mãe e se dirige a ela segurando o mala (rosário hindu), ao dervixe que dança a sua oração, tornando-se ele mesmo um tesbih, o rosário islâmico com os 99 nomes de Deus impressos em cada conta, às velhinhas das praças sicilianas que se reúnem todas as noites para rezar o rosário, porque essa prática é cimento coletivo da comunidade.

Há anos estamos estudando para contar a riqueza comum da oração que abraça a humanidade em um único anseio. E se poderia unir as energias de fés diferentes para reunir e documentar em uma grande mostra a magnífica dignidade humana, artística, musical, física que se expressa em objetos, estátuas, pinturas, livros, rituais mais diversos. Com o fim de representar a mundialidade da oração, outro tipo de globalização que sempre existiu, mesmo que culturas diferentes ignorem o fato de tê-la em comum. Dando conta, desse modo, da oração como ela se manifesta no mundo e, especialmente, das consequências de compreensão, de abertura e de paz que ela pode trazer.

Rezar, de fato, é um gesto profundamente humano, ignorado por aqueles que pensam que ele é apenas ideologia, automatismo, liturgia vazia. Porém, vale a pena lembrar isso, justamente porque todo diálogo é vazio se não se enraíza em uma antropologia do presente, isto é, na observação de como, nas mais diversas partes do mundo, efetivamente, se vive e se anseia por uma existência rica e plena de sentido.


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