Por: Jonas | 29 Abril 2014
O ex-secretário de Estado Vaticano, Tarcisio Bertone (foto), afirmou que o papa Francisco telefonou-lhe para prestar a sua solidariedade após as acusações que surgiram em vários meios de comunicação italianos a respeito da suposta opulência do apartamento em que viverá em Roma.
Fonte: http://goo.gl/vzjWDt |
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 28-04-2014. A tradução é do Cepat.
Em uma carta enviada para algumas revistas da diocese de Gênova (norte da Itália), da qual é arcebispo emérito, e ao qual a agência religiosa Zenit teve acesso, Bertone demonstra o seu pesar pelas informações que dizia que Francisco “se aborreceu” com ele em razão da opulência de seu apartamento em Roma, que foi comparado com o modesto apartamento em que o pontífice vive.
Sobre isto, o cardeal escreve: “Estou muito agradecido e comovido pela ligação afetuosa que recebi do papa Francisco, no último dia 23 de abril, e na qual me expressava sua solidariedade e seu pesar pelos ataques que me lançaram sobre o apartamento, que o Papa já conhecia desde o dia em que me foi entregue”.
Segundo a carta, o apartamento é “espaçoso como normalmente são as residências dos antigos Palácios do Vaticano”, mas o cardeal Bertone garantiu que a reestruturação está sendo paga com o seu dinheiro.
Os meios de comunicação afirmaram que Bertone, que foi secretário de Estado durante o pontificado de Bento XVI (2005-2013), estava reestruturando um apartamento de 700 metros quadrados, ao unir dois apartamentos para ir a viver com três freiras que lhe ajudariam nas tarefas.
Em sua defesa, Bertone também acrescentou que o apartamento é para “residir temporalmente”, e que depois passará para outro.
O ex-secretário de Estado, a quem Francisco substituiu por Pietro Parolin, concluiu a carta destacando: “como dizia são João XXIII, não me deterei em recolher as pedras que me jogam”.
Eis a carta do cardeal Bertone.
Estimado Diretor,
nos últimos dias, alguns meios de comunicação falaram maliciosamente sobre o apartamento em que viverei no Vaticano e, para aumentar o fenômeno midiático, o ‘informante’ duplicou os metros quadrados. Disse, além disso, que o Papa teria se aborrecido comigo por tanta opulência.
Inclusive, comparou-se o espaço de “meu” apartamento com a suposta escassez da residência do Papa.
Em primeiro lugar, agradecemos a Deus e a preocupação de muitos, o fato de que o Papa está alojado e assistido com dignidade em Santa Marta, onde pode facilmente realizar suas atividades institucionais.
Pessoalmente, além disso, estou agradecido e comovido pela ligação afetuosa que recebi do papa Francisco, no último dia 23 de abril, para me expressar sua solidariedade e sua decepção pelos ataques dirigidos a mim, em razão do apartamento a respeito do qual estava informado desde o dia em que me foi atribuído.
Muitas pessoas, conhecidas durante os anos de meu ministério em Vercelli e em Gênova, ou vizinhos de minha diocese de origem, escreveram-me e telefonaram para compartilhar a dor.
Escrevo esta carta aos semanais diocesanos para agradecer essas pessoas amigas e aqueles que podem ter ficado surpresas com a notícia. O apartamento espaçoso, como normalmente são as residências nos antigos edifícios do Vaticano, e devidamente reestruturado (sob meus gastos), foi me concedido temporalmente e depois será utilizado por outro.
Como dizia o Santo Pontífice João XXIII, “não me deterei em recolher as pedras que me jogam”.
Saudações cordiais.
Cardeal Tarcisio Bertone
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Bertone rebate as críticas sobre a opulência de seu apartamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU