Por: André | 09 Abril 2014
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança política da oposição, condenou nesta terça-feira, dia 08, o assassinato do padre Frans van der Lugt na cidade de Homs e pediu que os responsáveis sejam levados à Justiça.
Fonte: http://bit.ly/1g4X2zF |
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 08-04-2014. A tradução é de André Langer.
Em um comunicado, a coalizão informa que recebeu com “grande tristeza” a notícia da morte do padre jesuíta e recordou que o religioso negou-se a abandonar a residência onde morava no bairro de Bustán al Diwan, assediado pelo Exército.
A coalizão afirmou que Van der Lugt denunciou através de vídeos “o sofrimento dos civis com a fome e os bombardeios das forças do regime nos bairros cercados de Homs”.
Também, instou mais de uma vez a comunidade internacional para enviar ajuda humanitária para as mulheres, menores e anciãos desta localidade.
O padre foi assassinado por homens armados que entraram na residência dos jesuítas em Homs. O governador provincial Talal al Barazi disse à agência Efe, por telefone, que os criminosos eram membros da Frente al Nusra, vinculada à Al Qaeda. Enquanto isso, ativistas revolucionários em Homs pediram para vingar a morte do holandês e encontrar seus assassinos.
O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon condenou, na segunda-feira, a morte do sacerdote holandês na Síria, qualificando-a de “ato de violência desumana”.
O padre Frans von der Lugt “manteve-se heroicamente junto à população síria, em meio a assédios e dificuldades crescentes”, destacou Ban, citado por seu porta-voz Stephane Dujarric.
Segundo o porta-voz, Ban “exige que os beligerantes e seus partidários garantam a proteção dos civis, independente da sua religião, comunidade ou pertença étnica”.
“O governo sírio e os grupos armados têm a obrigação legal e a responsabilidade moral” de fazê-lo, acrescenta o comunicado da ONU.
Por outro lado, Ban denunciou “a destruição cega de bairros inteiros” cometida por forças governamentais em Kassab e se declarou “extremamente preocupado em ver grupos considerados como terroristas pelo Conselho de Segurança continuar atacando a população”.
Van der Lugt publicou entrevistas e vídeos através da plataforma Youtube para chamar a atenção para a situação dramática da população esfomeada na cidade de Homs. “Não queremos morrer em um mar de miséria e sofrimento”, disse o jesuíta em janeiro.
O holandês vivia na Síria há quase 50 anos. O religioso negou-se a abandonar o território, cercado pelas tropas governamentais enquanto as pessoas que ali vivessem continuassem passando fome ou necessitassem de ajuda. No momento, não se sabe quem são os responsáveis por sua morte.
“Ficarei aqui com a minha gente. Eu sou o pastor das minhas ovelhas”, disse Van der Lugt, de acordo com os jesuítas.
Na Síria, ainda continua desaparecido o padre jesuíta Paolo Dall’Oglio. Foi expulso em 2012 devido às suas declarações, mas depois ficou nas zonas controladas pelos rebeldes. Em julho de 2013, foi sequestrado por membros de um grupo terrorista islâmico na província de Al-Rakka. As informações de que Dall’Oglio foi assassinado pelo grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS) não foram confirmadas.
Além disso, foi sequestrado um repórter do canal de televisão Al Jazira na província síria de Idlib, informou nesta terça-feira a página de notícias crítica do regime Zaman al-Wasl, que se refere a parentes de Ala Eddin al Yusif, o jornalista sírio que desapareceu no domingo em uma área controlada por insurgentes.
Segundo informações divulgadas, Taysir Aluni, outro repórter da Al Jazira, recebeu um sms do telefone de Al Yusif em que se dizia: “O Estado no Iraque e Síria continuará”. Atribuem-se a Aluni ótimos contatos com os grupos islâmicos. O Estado Islâmico no Iraque e Síria (ISIS) é um grupo terrorista integrado por numerosos combatentes estrangeiros.
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“Ficarei aqui com minha gente. Eu sou o pastor das minhas ovelhas”, disse Van der Lugt - Instituto Humanitas Unisinos - IHU