Tensões diplomáticas durante o papado de Pio VI

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18 Março 2014

Pio VI apelando a NapoleãoPio VI sofreu grandes pressões diplomáticas durante seu tempo como papa, no fim do século XVIII, impedindo a completa restauração da Companhia de Jesus, o que só viria a acontecer durante o papado de seu sucessor, em 1814.

A nota é publicada por Jesuit Restoration 1814, 13-03-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eamon Duffy, historiador britânico, chamou a supressão dos jesuítas de "o ponto mais baixo na história do papado". Em uma época em que os papas ainda tinham pretensões de poder temporal e não apenas espiritual, Pio VI foi intimidado pelos grandes monarcas europeus e da família Bourbon. Em correspondência com o Duque de Parma, Pio VI admitiu que desaprovou a supressão da Companhia, acontecida durante pontificado do seu antecessor. Essa franca admissão, no entanto, nunca levou a nenhum esforço corajoso para reabilitar os jesuítas.

Nas negociações com Frederico, o Grande, da Prússia sobre a promulgação do Breve, Pio VI insistiu que os jesuítas não poderiam atuar como membros de uma ordem religiosa, mas como indivíduos sob a jurisdição de um bispo. Tanto Frederico quanto Catarina insistiram que os jesuítas mantivessem a sua presença e trabalhassem como educadores.

Pio VI permitiu que os jesuítas continuassem o seu trabalho corporativo na Igreja e nas escolas, permitiu-lhes ainda aceitar vocacionados. Então, em 1776, Frederico deu a ordem de que a Companhia deveria ser dissolvida. Os jesuítas poderiam continuar fazendo o que estavam fazendo, mas agora com um novo nome, "Sacerdotes do Instituto das Escolas Reais". Esse instituto durou 24 anos.

Em outros lugares, a influência dos monarcas Bourbon ainda era suficientemente forte a ponto de fazer o papa sentir-se encurralado. Mesmo no fim do século XVIII - 15 anos depois -, Pio VI, sob crescente pressão de Fernando de Parma para permitir que os jesuítas voltassem, concordaria somente se ele fosse capaz de convencer Carlos IV, da Espanha, a aceitar isso também.

Para completar o quadro de pressão diplomática sobre o papa temos que lembrar o que estava acontecendo na França. A eclosão da Revolução Francesa, em 1789, levou à supressão da antiga Igreja Galícia, ao confisco de bens pontifícios e eclesiásticos na França e a uma efígie de Pio VI ser queimada pelos parisienses no palácio real.

Quando Napoleão invadiu e derrotou os exércitos papais, Pio VI foi capturado e morreu no exílio na França. Quem seria o próximo papa?