Supressão da Companhia de Jesus. Há 307 anos o Vaticano bania ritos chineses

Mais Lidos

  • “O capitalismo do século XXI é incapaz de atender às necessidades sociais da maioria da população mundial”. Entrevista com Michael Roberts

    LER MAIS
  • Zohran Mamdani está reescrevendo as regras políticas em torno do apoio a Israel. Artigo de Kenneth Roth

    LER MAIS
  • Guiné-Bissau junta-se aos países do "cinturão de golpes militares" do Sahel e da África Ocidental

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

22 Janeiro 2014

70 anos antes da Supressão, ou seja, em 1707, podemos observar como andava a controvérsia envolvendo os ritos chineses.

As missões jesuíticas tinham sido um sucesso fenomenal na China, em particular a obra do Pe. Matteo Ricci.

Este foi uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, traduzindo muitas obras chinesas para o latim e introduzindo obras da literatura europeia, mapas, conhecimento e artefatos no país oriental. Foi o primeiro a traduzir a filosofia e os escritos de Kong Fuzi para o latim; foi ele quem cunhou o nome latinizado “Confucius”.

A informação é publicada por Jesuit Restoration, 21-01-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

A chave para o sucesso das missões jesuíticas foram os altos padrões de escolaridade e uma apreciação incrivelmente profunda e sensível da cultura chinesa. A influência jesuíta cresceu, fazendo possível um primeiro acordo chinês com uma potência europeia, a Rússia, que buscava assegurar a paz entre os dois gigantes. O ponto máximo desta relação chegou no ano de 1692 quando um decreto concedeu liberdade para pregar por todo o território chinês e livremente aceitar convertidos.

No entanto, houve hostilidade aos jesuítas, principalmente advindo da Sociedade para as Missões Estrangeiras de Paris, ou seja, por padres influenciados pelo jansenismo.

Mais controverso ainda foi a aceitação, por parte dos jesuítas, dos ritos confucianos e das tradições taoístas de honrar os ancestrais.

Os jesuítas tomaram estes como rituais seculares que deveriam ser tolerados. Os missionários dominicanos e franciscanos que haviam chegado das Filipinas se escandalizaram com isso e reportaram o fato a Roma. Aí um travou-se um debate, resultando em decretos para ambos os lados.

O cardeal Tournon foi enviado à China como visitador papal, já tendo censurado os jesuítas na Índia.

Estava claro que ele não era favorável à posição dos membros da Companhia de Jesus, nem em relação a qualquer interação com autoridades chinesas, afirmando que os livros já constituíam provas daquilo de que ele precisava.

Em 20-01-1707 (há 307 anos), Tournon proibiu os ritos chineses e o uso das palavras Tian (céu) e Shangdi (o Senhor) para Deus; estas eram permitidas pelos jesuítas.

Dentro de 14 anos os missionários cristãos seriam banidos da China. Em 1939 o Papa Pio XII atenuaria o banimento dos católicos aceitando os ritos chineses.