07 Dezembro 2015
"Causar danos ao meio-ambiente é como causar danos às pessoas: elas nunca mais serão as mesmas, e a ferida raramente cicatriza. É irreversível", escreve Laís Vitória Cunha de Aguiar, ativista ambiental, estudante de Ecologia da UFPB e comunicadora popular pela Adopt a Negotiator, em artigo publicado por EcoDebate, 04-12-2015.
Eis o artigo.
Será apenas coincidência que o terrorismo se alastrou com força no ano- e no país- sede da maior conferência climática (e mais importante) dos últimos anos?
O que o petróleo tem a ver com isso? Um dos principais objetivos da conferência (COP-21) é fazer com que os países diminuam o consumo de combustíveis fósseis, como o petróleo, que por acaso é produto principal dos países do Oriente Médio.
A ex- ministra do Meio-Ambiente francesa, senhora Corinne Lepage, não somente concorda com esse ponto de vista como o explicita no artigo ‘Manter o sucesso da COP-21 é uma resposta a barbárie de Daech’, em que afirma ‘há vínculos significativos entre a barbárie, o fascismo de islamitas radicais e clima. Este link é chamado de petróleo. Daech vive do contrabando, o tráfico, mas em especial às ajudas vieram de países produtores de petróleo e do contrabando de petróleo. ’
Para o círculo se completar só faltavam empresas petrolíferas financiarem a conferência… Não, espere um instante, não falta! De fato, grandes empresas produtoras e consumidoras de petróleo estão financiando a COP-21: EDF, Renault, Air France, BNP Paribas, LVMH, entre outras.
Afinal, não é coincidência, como sempre a questão não se refere à fé, e sim à questão monetária. É um terrorismo que não afeta somente o presente, mas principalmente o futuro. Se algum atentado terrorista ocorrer na COP-21 à culpa será, indiretamente, dos próprios financiadores. Se a conferência for cancelada por causa dos atentados, o caso será o mesmo. Esse acordo pode nos guiar a um melhor, ou, dependendo do que ocorra na conferência, a um mundo pior, tendo como principal essência o terrorismo, e não digo somente o terrorismo por meio de armas, digo o terrorismo ambiental, pois as empresas estarão impondo sua vontade à população, e, de acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa terrorismo é o “modo de impor a vontade pelo uso sistemático de terror”.
O que fazer para auxiliar a retirar as empresas da conferência? Assinar a petição, que será entregue aos líderes na COP-21, é um modo. Mais de 400 mil pessoas já assinaram. Assine aqui. Outra forma foi se manifestar no dia 29 de novembro, em que ocorreram diversas passeatas nas principais cidades do mundo, inclusive em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro.
Um diverso modo de ajudar é compartilhar informações a respeito, fazer pressão para os líderes realmente se engajarem. Um jeito bem divertido é participar do Show of Hands (Mostre sua Mão), em que você posta sua mão (com alguma mensagem ou não) com a ‘hashtag’ #climatestrike, demonstrando que concorda com as três exigências feitas aos líderes:
Realizar essas ações de paz é um apelo contra o terrorismo, contra o uso do petróleo, e a favor de uma conferência justa e democrática. Causar danos ao meio-ambiente é como causar danos às pessoas: elas nunca mais serão as mesmas, e a ferida raramente cicatriza. É irreversível.
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Terrorismo, petróleo e COP21 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU