Por: André | 22 Junho 2015
Francisco encontra o mundo do trabalho na Piazzetta Reale, no primeiro compromisso de sua viagem a Turim. “Não se pode simplesmente esperar a ‘recuperação’ econômica. É preciso que toda a sociedade colabore para que o trabalho seja para todos”. É a mensagem de Francisco em seu primeiro compromisso em Turim: o Papa citou a Constituição italiana e convidou para não culpar os migrantes, vítimas da desigualdade. No encontro com o mundo do trabalho participaram operários, agricultores e empresários.
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada por Vatican Insider, 21-06-2015. A tradução é de André Langer.
Antes do seu discurso, o Pontífice ouviu as palavras de um empresário, de uma operária e de um agricultor. O primeiro, Filiberto Martinetto, disse que “nós empresários italianos, juntamente com nossos empregados, demonstramos uma capacidade de resistência excepcional. Fizemos, e ainda estamos fazendo, enormes sacrifícios, mas resistimos. Foram muitas as ofertas para produzir no exterior, algumas francamente atraentes, mas não podia pensar em demitir aqueles que durante tantos anos estiveram do meu lado; por isso, a decisão de permanecer na Itália, indo contra a lógica das finanças e da economia”. E concluiu em dialeto piemontês: “Che nusniur al cunserva per tanti ani” (Que Nosso Senhor o conserve por muitos anos).
A segunda, Alessandra, com dois filhos e um marido desempregado, contou as angústias pela perda do emprego e as alegrias da solidariedade entre os trabalhadores. A operária agradeceu ao Papa por “ter destacado em várias oportunidades o trabalho da mulher, seus ritmos, os horários e o salário, unido à nossa tarefa de ‘diretoras’ da nossa família”. E destacou a importância dos avós. Ao final, o agricultor, Fabrizio, descreveu as dificuldades da sua empresa, afetada pelas inundações em 1994, e a solidariedade “concreta e gratuita” experimentada naquela ocasião.
“Agradeço-lhes por suas intervenções, das quais emerge o sentido de responsabilidade frente aos problemas provocados pela crise econômica, e por terem dado o testemunho de que a fé e a unidade da família são de grande ajuda”, disse o Papa Francisco. O Papa externou sua “proximidade com os jovens desempregados, as pessoas precárias; mas também os empresários, os artesãos e todos os trabalhadores dos diferentes setores, sobretudo aqueles que têm mais dificuldades para seguir em frente”!
O trabalho, explicou o Papa, não é apenas necessário “para a economia, mas para a pessoa humana, para sua dignidade, para a sua cidadania e para a inclusão social”. Após ter recordado a vocação de Turim como pólo de trabalho, acrescentou: “Hoje se ressente fortemente da crise: falta o trabalho, aumentaram as desigualdades econômicas e sociais, muitas pessoas empobreceram e têm problemas com a casa, a saúde, a instrução e outros bens básicos”.
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“Trabalho. Não basta esperar a recuperação econômica! Não se deve culpar os migrantes, tratados como mercadorias” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU