23 Março 2024
"O problema do mal não pode ser atribuído a Deus, mas ao mau uso da liberdade pelo homem. Quando o homem usa mal a sua liberdade e se entrega a desejos perversos de supremacia, poder, autoafirmação em detrimento dos outros, causa danos a si mesmo, aos outros e à Criação, destruindo a ordem, a beleza e a harmonia originais".
O artigo é de Cristiana Scandura, publicada por Vino Nuovo, 19-03-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
Nascida em Catânia em 1969, aos 20 anos entrei no Mosteiro de Santa Clara de Biancavilla CT e sou feliz por ser Clarissa. Desde 2020, como uma vocação dentro da vocação, estou em contato com os irmãos presos na Itália e ultimamente também nos EUA, por meio de escritos nos quais anuncio o amor, a misericórdia e a ternura de Deus e respondo a aqueles, cada vez mais numerosos, que me escrevem abrindo a sua alma. Participo das redes sociais (FB – IG – YT) onde divulgo a mensagem evangélica e a vida dos santos e testemunhas da fé dos nossos tempos. Gosto muito de cantar, tocar diversos instrumentos musicais e compor canções de louvor ao Senhor. Sou autora de vários livros, entre eles, Florilegio delle virtù serafiche; La condurrò nel deserto; Nel cuore della Chiesa: la vita claustrale; Un raggio di sole oltre le grate (também traduzido para o inglês); Chiara d’Assisi: perla di Dio - Il suo Angelo Custode. Meu maior desejo? Ir para o Paraíso, quando o Senhor quiser, junto com todos aqueles que encontrei no meu caminho.
A dor, mais que explicação, quer compartilhamento.
Uma das maiores perguntas que o homem de todos os tempos sempre se fez diz respeito à presença do mal no mundo. Por que o mal no mundo? Por que Deus, que é Bom e ao mesmo tempo Onipotente, permite o mal? Por que não intervém para detê-lo? Deus criou o homem livre. A liberdade em si é uma coisa boa; aliás, é a maior expressão do amor.
O problema do mal não pode ser atribuído a Deus, mas ao mau uso da liberdade pelo homem. Quando o homem usa mal a sua liberdade e se entrega a desejos perversos de supremacia, poder, autoafirmação em detrimento dos outros, causa danos a si mesmo, aos outros e à Criação, destruindo a ordem, a beleza e a harmonia originais.
Jesus propõe que quebremos a cadeia do mal, convidando-nos a não responder ao mal com o mal, mas a ousar o bem, a arriscar doar, mesmo que recebamos pouco ou nada em troca. É esse amor que transforma lentamente os conflitos, encurta as distâncias, supera as inimizades e cura as feridas do ódio.
Existem dois tipos de males no mundo: além dos males pelos quais o homem é responsável, existem os males que ele deve sofrer, como a doença e a morte. Jesus não veio para explicar a razão do sofrimento e do mal no mundo, mas para carregar conosco a cruz. A Bíblia não dá respostas sobre a razão do mal inocente e nem mesmo Jesus explica isso. Ele faz outra coisa: comove-se, aproxima-se, toca, abraça, cura, ajuda a se levantar.
A dor, mais que explicação, quer compartilhamento. Diante da dramática realidade do mal, o cristão é convidado a nunca perder a esperança, mas a elevar o olhar para o Cristo Crucificado e Ressuscitado, acreditando firmemente que a última palavra não é a da morte, mas a da Ressurreição.
É a vitória da Cruz, a vitória do amor. Foi na Cruz que Cristo derrotou o mal respondendo com o perdão. O amor de Deus é sempre um amor em excesso, totalmente gratuito e imerecido. Cada um de nós é chamado a amar da mesma forma, fundando a sua vida na sólida rocha da Palavra de Deus. Só Ele pode dissipar as trevas do erro, ajudando-nos a vencer o mal com o bem.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Diante do mal. Artigo de Cristiana Scandura - Instituto Humanitas Unisinos - IHU