Nazismo. O bispo Wilmer e as culpas da Igreja

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11 Mai 2020

"O coronavírus não é um castigo de Deus, mas uma catástrofe natural", disse o bispo de Hildesheim, Heiner Wilmer.

A reportagem é de Paolo Lepri, publicada por Corriere della Sera, 09-05-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Até aqui, todos devem concordar, mas o fato de o presidente da comissão "Iustitia et Pax" da Conferência Episcopal alemã ter sido pressionado a fazer essa reflexão explica muito sobre a presença no mundo de fundamentalistas e teóricos da conspiração das várias faces. Passando para outra tragédia, menos próxima no tempo, não se pode deixar de concordar com ele quando afirma que durante o nazismo a igreja alemã "não demonstrou atenção suficiente ao sofrimento".

É um ótimo tópico, certamente controverso, que deve encontrar espaço na memória. Uma contribuição a não esquecer vem precisamente do documento da conferência episcopal da qual Wilmer foi provavelmente um dos principais inspiradores. Vinte e três páginas, cujo tema principal - como o Times escreveu - é uma admissão substancial de cumplicidade. "Na medida em que os bispos não se opunham à guerra com um claro ‘não’- consta no texto - e como a maioria deles apoiou a vontade da nação alemã de perseverar, eles se tornaram cúmplices".

O trabalho de apoio espiritual aos soldados na continuação das operações militares - continua o texto - acabou atribuindo uma "motivação adicional" à guerra. Aos 59 anos, nascido na Baixa Saxônia, filho de agricultores, formado e com doutorado em teologia, um segundo doutorado em história, poliglota, Wilmer enfatizou a existência de "fatos incontestáveis".

Entre eles - mencionados no documento apresentado em 29 de abril, alguns dias antes do trigésimo quinto aniversário da derrota de Hitler - a presença de centenas de capelães na frente entre 1939 e 1945 e a conversão de milhares de propriedades da Igreja em hospitais militares onde as freiras prestavam serviço como enfermeiras.

Em resumo, não encobrir o passado é fundamental para interpretar o presente. O fato de o ex-superior geral dos dehonianos ter um olhar direcionado ao novo é demonstrado por sua opinião sobre o celibato dos clérigos: "Para lhe dar uma luz mais intensa, não deve ser obrigatório".

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