13 Abril 2015
Por trás do “no comment” vaticano sobre o caso Stefanini – o embaixador designado por Paris que, para a mídia francesa, não teria o agrado da Santa Se por ser gay – há um caso que parece sem precedentes e está criando embaraço Além Tibre. Em casos semelhantes não há jamais um “não”, mas uma ausência de resposta. Ou seja, se diz que o procedimento “ainda está em curso”.
A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 11-04-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
A regra não escrita é que os embaixadores não estejam em situações “irregulares” para a Igreja ou contrariem as posições: ocorreu que não chegasse o “sim” porque divorciados, ligados a uma união civil gay, abortistas.
Mas, Stefanini não está numa situação “irregular”. Católico praticante, apoiado pelo cardeal Vingt-Trois, não contraiu matrimônio ou uniões e não é um ativista gay.
Por fora, como obstáculo, aparece somente a “orientação”. Tinham solicitado ao governo francês um passo para trás. No Vaticano pode ter funcionado o temor de um uso político da nomeação. Mas agora, com o Jubileu da Misericórdia, se arrisca o efeito boomerang. E não será fácil sair dele: “A coisa se precipitou e tudo se torna mais difícil”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O embaixador gay. Vaticano teme o efeito boomerang - Instituto Humanitas Unisinos - IHU