23 Outubro 2014
O sítio Il Sismografo, 21-10-2014, dirigiu-se a alguns colegas vaticanistas para pedir-lhes uma contribuição de análise e de comentário sobre a importância Assembleia extraordinária sinodal dedicada à família.
Andrea Gagliarducci, analista vaticano da Catholic News Agency, ofereceu a sua reflexão em resposta a esta pergunta: "Sem entrar em complexos aprofundamentos, qual a característica ou reflexão que mais lhe chamou a atenção ou que você considera de notável relevância desse Sínodo?". A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a resposta.
Na minha modesta opinião, esse Sínodo mostrou qual é a geografia da Igreja hoje e quais são as partes do mundo onde a Igreja está realmente enfrentando os desafios da modernidade.
A família é um tema grande demais e importante demais para reduzi-lo na "casuística" (como diria o Papa Francisco), enquanto que, quando se fala daqueles que foram os temas "quentes" desse Sínodo (ou seja, a Comunhão aos divorciados em segunda união e os casais homossexuais), reduz-se tudo justamente a uma casuística pastoral que se pretende tornar universal.
Mas há episcopados que souberam ir além do problema particular e que representam a verdadeira esperança da Igreja para captar os desafios da modernidade: os bispos da África, com a sua denúncia dos atentados contra a família movidos em nome do gênero pelas organizações internacionais, que pedem a introdução de leis gender oriented em troca de ajudas financeiras; e os bispos da Europa do Leste, muito fiéis ao magistério e também muito atentos para olhar além, para enfatizar os ataques contra a família que provêm do mundo secular.
Sempre corre-se o risco de fazer uma generalização, mas – a partir daquilo que se pôde saber do debate – pode-se notar que a África e a Europa Oriental são as mais prontas para enfrentar os desafios de hoje.
No fim desse Sínodo, fazendo as contas, poder-se-ia dizer que a esperança da Igreja está nessas periferias.