Por: André | 09 Outubro 2014
“Se se fala da família se deveria falar sempre não apenas dos casais, mas também dos filhos, porque a família são todos juntos, casal e filhos”. O cardeal arcebispo de Viena, Christophe Schönborn (foto), reconheceu que a voz dos filhos ainda não ressoou na nova Sala do Sínodo, onde 191 bispos de diversos continentes buscam respostas para os desafios da família no contexto atual.
Fonte: http://bit.ly/1vQ50Yi |
A reportagem é de Andrés Beltramo Álvarez e publicada no sítio Vatican Insider, 08-10-2014. A tradução é de André Langer.
“Espero que, talvez, na próxima assembleia do Sínodo se dê atenção também a isto, porque somente se pode falar da família no conjunto das gerações. Seria preciso ter três gerações para formar uma família”, disse em entrevista ao Vatican Insider à porta da Sala Paulo VI do Vaticano, antes de uma das sessões de trabalho do Sínodo.
Reconheceu que as mudanças na metodologia da assembleia sinodal “estão funcionando”, impulsionadas pelo Papa Francisco e postas em prática sob a secretaria do cardeal Lorenzo Baldisseri.
“Evidentemente, concentrar-se sobre os temas é melhor, de tal maneira que os discursos são muito focalizados e penso que isso é um verdadeiro progresso”, apontou. Nos anos passados, o sistema do Sínodo havia demonstrado suas limitações. Fazia-se necessário mudanças. Ao menos nas quatro assembleias anteriores, as contribuições substanciais eram relativamente poucas em comparação ao esforço realizado pelos participantes, que viajavam a Roma para três ou quatro semanas.
Schönborn destacou especialmente os testemunhos, antes de cada sessão de debates, dados por casais de diversos países. E diante da pergunta sobre se suas histórias são um “cabo de contato com a realidade” para uma assembleia majoritariamente composta por homens célibes, o cardeal respondeu com um sorriso: “Também os bispos têm famílias e vêm de família, mas é verdade que os primeiros a se escutar, e o Papa insiste nisso, são as famílias e os casais”.
“O Sínodo continua, nestes meses penso que se falará muito da família, penso que já se conseguiu um resultado importante: que o tema da família seja colocado no centro. Este é um efeito do Sínodo”, insistiu.
O arcebispo austríaco é um dos 100 padres sinodais que já tomou a palavra na plenária da assembleia episcopal, da mesma maneira que o arcebispo de Santiago do Chile e cardeal, Ricardo Ezzati Andrello.
“Falei de acompanhamento, de proximidade, de compreensão como atitude pastoral diante da situação das famílias”, assinalou o cardeal chileno.
Resgatou a “experiência espiritual de sinodalidade”, que quer dizer “caminhar juntos”, além do trabalho de todos junto com o Papa, que compartilha todos os trabalhos com os padres sinodais.
“É uma experiência da universalidade da Igreja católica, que expressa a única fé em idiomas e experiências diversas. Somos animados por um grande afeto colegial e uma enorme liberdade e respeito à diversidade. O Oriente e o Ocidente, o Norte e o Sul do mundo e da Igreja está vivendo, junto com o Papa Francisco, a realidade da comunhão e da consciência da missão frente a um tema tão crucial como a família”, concluiu.
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Os filhos, uma voz que falta no Sínodo, segundo Schönborn - Instituto Humanitas Unisinos - IHU