Na Reforma da Cúria ainda não há nenhuma certeza sobre o 'moderator Curiae'

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Por: Caroline | 05 Junho 2014

A Reforma da Cúria está em andamento, porém a criação da nova figura do “moderator Curiae” ainda não está clara. Deve-se lembrar que antes da primeira reunião do grupo de conselheiros nomeados por Francisco para ajudar na reforma da Cúria e no governo da Igreja universal (o chamado C8 dos cardeais que esse ano se transformou em C9 para entrada do secretário de Estado, Pietro Parolin), o cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Conselho Pontífice para os textos legislativos, fez uma proposta neste mesmo sentido.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 03-06-204. A tradução é do Cepat.

Fonte: http://goo.gl/CakUTT

O purpurado ambrosiano, já como bispo auxiliar dos cardeais Martini e Tettamanzi, havia proposto a criação de um “moderator Curiae”, isto é, uma figura de coordenação da Cúria. Um papel que mudou em relação ao que estava previsto nas cúrias diocesanas e citado no cânon 473 do Código de Direito Canônico. Na discussão inicial do C8, havia ficado clara a necessidade de uma coordenação dos dicastérios e dos diferentes escritórios da Cúria, mas não tanto a questão de um “moderador” no sentido de um superintendente, mas sim de alguém que pudesse simplesmente desenvolver um papel técnico de coordenação. Um dos pontos considerados importantes, nesse momento, era a racionalização dos gastos e da gestão pessoal.

O desenrolar da discussão sobre a reforma, frente aos problemas econômico-financeiros e do trabalho das comissões referentes instituídas pelo Papa no último verão, levou, como bem se sabe, à criação da Secretaria para a Economia e do Conselho para a Economia: a racionalização dos gastos e da gestão de pessoas passa agora para este novo “ministério das Finanças” dirigido pelo cardeal George Pell. E, desse modo, desaparece uma das principais razões sugeridas anteriormente para a criação da figura do “moderator Curiae”.  

Outro elemento que deve ser levado em conta relaciona-se com o contexto de um ano atrás: quando várias propostas de reforma chegaram aos membros do C8 cardinalício, o clima frente à Cúria romana e a Secretaria de Estado era muito menos sereno do que é hoje. Nos últimos meses Francisco quis que o secretário de Estado fosse incluído não apenas nos trabalho do grupo de conselheiros, mas também em todas as questões econômicas. E desse modo é possível que, quando forem iniciados novamente os trabalhos sobre a reforma, previstos para julho, a ideia do “moderador” – da qual não se voltou a falar nas reuniões recentes do C8, dedicadas a temas econômicos – a final desapareça, mantendo estas funções de coordenação e de harmonização para a primeira sessão da Secretaria de Estado e, especialmente, o Substituto.

Não se deve esquecer de que o estilo do governo inaugurado por Francisco torna o Papa mais acessível a cada um dos chefes dos dicastérios e assim torna menos necessária a figura da mediação. Durante a conversa com os jornalistas no voo de retorno de Tel-aviv para Roma, o Papa Francisco ao falar da reforma da Cúria, não mencionou nada sobre a possível instituição de novas figuras, mas sim da união de “alguns dicastérios” para “acelerar um pouco a organização”. Contudo não se exclui que a proposta reapareça, e que depois de ser examinada a luz dos novos organismos da Cúria, possa ser sugerida ao Pontífice.