Por: Caroline | 10 Janeiro 2014
Na tarde do próximo dia 25 de maio, domingo, será realizado um encontro ecumênico na basílica do Santo Sepulcro, que tem grande chance de ocorrer diante de um túmulo vazio. “É um encontro muito importante – destaca Valeria Martano, da Comunidade de Sant'Egidio, que se encontra com uma delegação na cidade de Jerusalém, onde foi comemorado os cinquenta anos do abraço entre Paulo VI e Atenágoras - principalmente pelo local onde ele ocorrerá que, de alguma forma, também foi o berço das divisões entre os cristãos. Sua importância também está no fato de que neste encontro participarão todas as confissões cristãs presentes na Terra Santa”.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 08-01-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/RKwkdE |
Convidados do Metropolita Ortodoxo de Jerusalém, o Papa Francisco e Bartolomeu (foto) poderiam entrar juntos na basílica e ali se abraçarem, para depois seguirem ao encontro dos representantes de todos os ritos cristãos, isto é, os ortodoxos; os armênios; os coptas; os etíopes; os anglicanos… “O encontro entre Paulo VI e o patriarca de Constantinopla, explicou Valeria Martano, que escreveu uma biografia documentada sobre Atenágora (Athenagoras il patriarca (1886 - 1972). Un cristiano fra crisi della coabitazione e utopia ecumenica; Il Mulino) ao sítio Vatican Insider – instaurou, há meio século, um clima diferente. Recorrentemente, nós olhamos para o caminho que nos falta trilhar e acabamos por não nos darmos conta de tudo que já foi feito. Creio que o encontro entre Francisco e Bartolomeu I será uma epifania de comunhão e um novo começo para um abraço ainda mais abrangente...”.
Em 1964, o histórico Papa Montini “tornou compreensível ao mundo ortodoxo – continuou Martano – a vontade dos católicos em concentrar-se de novo na Igreja de Jerusalém. E agora Francisco, na primeira viagem escolhida por ele – se lembrarmos que a JMJ, no Rio de Janeiro, no ano passado, era uma data já fixada por Bento XVI – mostra, mais uma vez, que Roma se concentra nas raízes do Evangelho, com o sepulcro vazio”.
As etapas da viagem do papa, como anunciou Francisco no domingo passado, serão em Amã, Belém e Jerusalém. Viagem que se dá num momento em que alguns detalhes sobre o seu programa ainda precisam ser definidos. Como se sabe, houve algumas polêmicas em seu início, pela sua rápida peregrinação – de apenas três dias, justamente como o fez Paulo VI em 1964 – todavia estas polêmicas parecem ter se diluído, também porque todos parecem ter entendido o espírito desta viagem. O Papa chegará a Amã onde, entre outras coisas, está previsto um jantar com alguns refugiados sírios. Após, no domingo pela manhã ele deixará a Jordânia em um helicóptero para aterrizar nos territórios palestinos, onde celebrará a missa em Belém. “Com a delegação da Comunidade de Sant’Egidio – segundo Valeria Martano – também tivemos contato com o Grande Rabino de Israel e pudemos perceber o reconhecimento do mundo judeu pelo fato do Papa ter decidido chegar no domingo e não durante o Shabbat”.
A hipótese que agora passa a ser considerada é a de que, após sua estadia em Belém, Francisco chegue ao aeroporto de Tel Aviv, sempre de helicóptero, e de lá vá à Jerusalém, para o esperado encontro ecumênico no domingo à tarde - o verdadeiro ponto alto desta viagem e a única visita citada pelo Papa quando ele fez o anúncio da mesma. Também será organizado um encontro com as autoridades religiosas judias, na sede do antigo rabinato, que se encontra próximo ao Muro das Lamentações.
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Cristãos unidos frente ao Sepulcro vazio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU