Por: Jonas | 14 Agosto 2013
Os dois capitães Buffon e Messi entregam ao Papa Francisco uma oliveira. A nova árvore será simbolicamente plantada, hoje, no Estádio Olímpico e depois nos jardins do Vaticano. Fonte: Ap
O Papa dos pobres gosta do esporte que seduz as multidões em todo o mundo. E o que é mais inovador: Francisco não apenas não esconde sua inclinação ao futebol, como também a exibe. Por isso, hoje, estava rodeado pelas estrelas das seleções da Argentina e da Itália, recebendo-as com carinho e um ponto de admiração, na Sala Clementina.
A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada no sítio Religión Digital, 13-08-2013. A tradução é do Cepat.
O Papa recebeu as delegações das duas seleções (20 pessoas no total) e os jogadores que amanhã disputarão, no Olímpico de Roma, uma partida amistosa em homenagem a Francisco, fã do futebol.
Em seu discurso, Francisco destacou as características mais notáveis do futebol, como a beleza, a gratuidade ou a camaradagem.
Na primeira fila, os jogadores, desde Messi até Balotelli, para os quais o Papa se dirigiu. O Pontífice disse-lhes: “Antes de vocês serem campeões, são homens, pessoas humanas, com suas virtudes e seus defeitos, com seu coração e suas ideias, suas aspirações e seus problemas. Por isso, mesmo sendo estrelas, sejam sempre pessoas, no esporte e na vida. Homens portadores da humildade”.
E acrescentou: “Vocês são muito populares: as pessoas acompanham muito vocês, tanto dentro como fora de campo. E essa é uma grande responsabilidade social”.
Diante de diretores e jogadores dos dois países, entre eles o barcelonista Lionel Messi, o papa Jorge Mario Bergoglio, ex-arcebispo de Buenos Aires e seguidor confesso da equipe argentina San Lorenzo de Almagro, pediu que se elimine todas as formas de “discriminação” nos estádios e que, mesmo que o futebol tenha se convertido em um negócio, nunca percam o caráter esportivo.
“Para mim, será um pouco difícil torcer por uma ou outra (seleção), mas por sorte é um amistoso. E que seja verdadeiramente assim, peço a vocês”, disse o Pontífice às duas delegações, na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano.
“Vocês, queridos jogadores, são muito populares, as pessoas acompanham muito vocês, não apenas quando estão no campo, mas também fora. É uma responsabilidade social”, acrescentou o Pontífice, que disse que no futebol reina a “camaradagem” e não há espaço para o “individualismo”, mas para a “coordenação de equipe”.
Segundo o Pontífice argentino, os valores de beleza, altruísmo e camaradagem, que podem ser vistos no jogo de uma equipe de futebol, “encontram-se resumidas em um termo esportivo que jamais deve ser abandonado: ‘aficionado’, ‘amador’”.
“É verdade que a organização nacional e internacional profissionaliza o esporte e tem que ser assim, mas esta dimensão profissional nunca deve deixar de lado a vocação inicial de um esportista ou de uma equipe, a de ser aficionada”, insistiu.
O Papa disse aos jogadores que “antes de ser campeões, são sempre homens, pessoas”, com suas virtudes e seus defeitos, com seu coração e suas ideias, com suas aspirações e seus problemas.
Por isso, incentivou-os para que, ainda que sejam “personagens” conhecidos, nunca percam sua condição de “homens portadores de humanidade”, tanto no esporte, como na vida e, além disso, pediu para que rezem por ele, para que possa “jogar uma partida honesta e corajosa pelo bem de todos” no campo de jogo em que Deus o colocou.
As duas delegações, que entre jogadores, dirigentes e funcionários das duas federações de futebol somam cerca de 200 pessoas, chegaram em oito ônibus na Cidade do Vaticano.
(Foto: Buffon entrega ao Papa uma bola atuografada por todos os jogadores da Itália - Fonte: Ap)
A delegação argentina, da qual participam dirigentes de clubes como o presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, e o vice-presidente do San Lorenzo, Marcelo Tinelli, entregou vários presentes ao Papa, entre eles uma bandeja de prata e uma réplica talhada na madeira da imagem de São Francisco de Assis, que se encontra na sede da federação de futebol em Buenos Aires.
Capitaneados pelo presidente da Federação de Futebol Argentina, Julio Grondona, eles também o entregaram uma camiseta da seleção “albiceleste”, com o nome de Francisco e assinada por todos os jogadores e corpo técnico argentino.
Além disso, presentearam-lhe com o número da revista da Federação de Futebol Argentina, dedicada ao Papa, e uma carta com a descrição das iniciativas dos clubes argentinos em favor dos jovens do país. Ao mesmo tempo em que os representantes destes o presentearam com uma lembrança específica, como um livro, por exemplo, no caso do Boca Juniors.
De sua parte, a seleção da Itália, país no qual Bergoglio se sente muito próximo, não apenas por motivos geográficos, mas também pela condição de bispo de Roma, entregou-lhe uma camiseta do combinado “azurro” e uma oliveira, símbolo de vida, paz e simplicidade, valores que se identificam com a ordem franciscana.
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O encontro entre Francisco e as seleções da Argentina e Itália - Instituto Humanitas Unisinos - IHU