Por: André | 21 Dezembro 2012
O designado eventual sucessor, Nicolás Maduro, disse que estão concentrados na oração para que Chávez tome posse no dia 10 de janeiro. Também fez referência à oposição após as eleições regionais. “A Mesa da Unidade Democrática virou poeira”.
A reportagem é publicada pelo jornal argentino Página/12, 20-12-2012. A tradução é do Cepat.
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu nesta quarta-feira que tem fé na recuperação do presidente Hugo Chávez e manifestou que estão concentrados na oração para que tome posse no dia 10 de janeiro. Também se referiu à oposição e ao resultado eleitoral. “A Mesa da Unidade Democrática virou poeira”, garantiu.
Durante uma entrevista coletiva realizada no Teatro Principal de Caracas, e acompanhado dos 20 governadores socialistas eleitos no domingo passado, o vice-presidente falou sobre a posse. “Estamos concentrados na oração, na fé, no tratamento médico-científico dos melhores médicos do mundo, para que o nosso comandante em chefe e presidente, no dia 10 de janeiro, cumpra com o sagrado dever que lhe impôs o nosso povo de juramentar-se para o novo período”, assinalou Maduro e informou a cadeia de notícias VTV.
Consultado sobre a possibilidade de que a condição de saúde impeça o presidente de jurar pela quarta vez consecutiva, Maduro rechaçou entrar no que chamou de “terreno das especulações” e manifestou antes continuar no terreno da verdade, da certeza e avançar por aí. “Isso é muito importante para o país, para todos e para nós”, disse.
Considerou que o chefe de Estado venezuelano converteu-se no comandante das mil vitórias, após ir superando positivamente a intervenção cirúrgica a que foi submetido em Havana, Cuba. “É o comandante das mil vitórias, é o comandante dos milagres e é por isso que nós nos concentramos em que ele vai tomar posse”, acrescentou. Ao mesmo tempo, o vice-presidente recordou que Chávez deu instruções precisas sobre como agir em qualquer cenário e recordou que deixou orientações públicas claras sobre sua possível ausência. Também destacou que a Constituição venezuelana é muito completa, vinha sendo cumprida e continuará sendo cumprida. “Mas temos fé em sua recuperação”, insistiu.
O vice-presidente e também chanceler, a quem Chávez delegou o poder antes de partir para Havana, no dia 10 de dezembro, defendeu as notícias transmitidas pelo Executivo sobre o estado de saúde do presidente. “São exatamente a verdade do que aconteceu”, enfatizou. E recapitulou os fatos. “O presidente Chávez passou por uma cirurgia complexa, difícil, apresentaram-se sangramentos possíveis neste tipo de cirurgia. Felizmente, há uma equipe das mais qualificadas do mundo, com os melhores médicos, com a melhor tecnologia”, relatou.
Como detalhou o jornal El Nacional, de oposição, o vice-presidente também falou sobre o resultado eleitoral do domingo. “Agora é possível impulsionar o Plano da Pátria”, afirmou. Indicou que com 20 governadores revolucionários se verá o trabalho e os frutos do trabalho, e fez referência à oposição. “A Mesa da Unidade Democrática virou poeira”, acrescentou. Segundo o jornal, Maduro qualificou os resultados das eleições regionais como “uma grande vitória” e sustentou que assumiram o resultado com muita humildade, ponderação e alegria, porque foi uma grande vitória do chavismo. Assim mesmo, convocou os adversários para que se dirijam a um processo de retificação e reunião para não colocar em perigo o Plano da Pátria.
Quem também falou sobre a data da posse foi o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Em declarações à imprensa local, o deputado considerou que, legalmente, é possível adiá-la. “Esta é uma opinião minha, não é algo oficial: você não pode amarrar a vontade de um povo a uma data”, expressou. A posse do mandato presidencial 2013-2019 está prevista para o dia 10 de janeiro, mas do seu ponto de vista, se Chávez não puder se apresentar nesse dia, é possível adiá-la, uma decisão que, na sua opinião, corresponde ao Supremo Tribunal. “A Constituição diz que caso não seja possível juramentar diante da Assembleia, que o faça diante do Supremo Tribunal de Justiça e não estipula data”, assinalou o presidente do Parlamento e vice-presidente do Partido Socialista da Venezuela (PSUV), no poder.
Chávez, de 58 anos e desde 1999 no poder, recupera-se em Cuba de uma cirurgia a que se submeteu em 11 de dezembro, a quarta desde que há um ano e meio foi detectado um câncer na pélvis.
