18 Outubro 2011
Foi divulgada ontem, dia 17-10-2011, pelo Vaticano, a Carta Apostólica Porta Fidei, de Bento XVI, que determina a realização do Ano da Fé. A íntegra do "Motu Proprio" foi publicada em latim, inglês e italiano e pode ser lida na íntegra clicando aqui.
Já no domingo, Bento XVI, anunciara a realização do Ano da Fé, oficializado ontem. A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 17-10-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em Friburgo, no mês passado, ele tinha dito com uma clareza dramática para um papa: "A verdadeira crise da Igreja no mundo ocidental é uma crise de fé". Assim, na manhã deste domingo, diante de 8 mil "novos evangelizadores" reunidos de todo o mundo em São Pedro, Bento XVI anunciou uma iniciativa que vai marcar o seu pontificado: "Decidi convocar um "Ano da Fé" especial, que terá início no dia 11 de outubro de 2012 – 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – e concluirá no dia 24 de novembro de 2013, solenidade de Cristo Rei do universo".
Nesta semana será publicada uma "carta apostólica" do papa sobre o assunto. A questão é central para Ratzinger. Desde a eleição, ele esclareceu que a sua "primeira prioridade" é "tornar Deus presente neste mundo". Ele falou da fé que, "em vastas partes da terra", corre o risco de "se apagar como uma chama que não tem mais combustível", denunciou o "eclipse de Deus", comparou o nosso tempo ao da "queda do Império Romano". Daí também a escolha de criar o Conselho para a "Nova Evangelização", confiado há um ano ao arcebispo Fisichella, que, no fim de semana, reuniu os 8 mil "evangelizadores", com conferências de personalidades como o escritor Vittorio Messori.
Bento XVI chegou à basílica deslocando-se na "esteira móvel", que Wojtyla já havia usado, um auxílio que, no entanto, "tem o único propósito de aliviar a fadiga do Santo Padre, não há nenhuma indicação médica", assegura o padre Federico Lombardi. E ele lembrou que Paulo VI já havia proclamado um "Ano da Fé" em 1968, "o 19º aniversário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo e em um período de grande agitação cultural".
Da contestação à secularização: a 50 anos do Concílio, é oportuno "recordar a beleza e a centralidade da fé" e "não tanto em perspectiva celebrativa", mas "missionária". Uma missão que vale "sobretudo" para "aqueles países de antiga tradição cristã", que "parecem ter se tornado indiferentes, senão até hostis à palavra de Deus".
No encontro dos evangelizadores, falou-se de sete "âmbitos" de compromisso: cultura, migrações, comunicação, família, liturgia, paróquia e política. A crise para o papa não depende de "reformas estruturais". Na Alemanha, ele esboçou uma reforma radical: a Igreja deve se "libertar do seu fardo mundano e político". Ao greja não se limita a recordar aos homens a justa distinção entre âmbito político e religioso. A sua missão, como a de Cristo, é essencialmente falar de Deus".
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Papa anuncia o Ano da Fé - Instituto Humanitas Unisinos - IHU