04 Março 2022
Ao poder secreto do jejum e da oração, acrescentem também o do silêncio. Já dissemos isso antes, mas agora é mais valioso do que nunca. É tudo menos silêncio cúmplice e conivente com o mal e com quem o provoca, mas sim a capacidade de peneirar ou destilar em pureza a palavra-ponte que constrói a esperança, a solidariedade, a paz.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 03-03-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Silêncio como força do arado que lavra a terra para novas semeaduras e assim deixa aflorar razões e motivos que você não sabia que estava escondendo, estavam enterradas e agora você as reencontra. As vítimas não precisam de mais uma palavra de morte ou de retóricas que orientem para a resignação ou de xingamentos que incitem ao ódio aumentando seu peso específico, desumanizando o irmão disfarçado de lobo, injetando mais veneno nas veias da história e da geografia.
Como era previsível, hoje em dia estão na moda os virologistas da guerra que em todos os bares da rede, da TV e da rua, expõem a receita da vacina da violência para combater a própria violência. Melhor o silêncio. De verdadeira compaixão e de profunda amizade. Com todas as vítimas. Melhor a ausência de palavras que deixa espaço a gestos geradores porque, mais uma vez, é verdade que "quando os ramos brigam entre si, as raízes se abraçam".
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Ficar em silêncio para não ficar calado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU