03 Novembro 2021
Com seus colchões estendidos na Igreja de Saint-Pierre de Calais, na França, três pessoas estão em greve de fome em apoio aos imigrantes, desde 11 de outubro, para denunciar as inaceitáveis condições de vida e as “insuportáveis vexações” sofridas pelas pessoas que acampam no que se conhece como a “Selva de Calais”, na costa norte da França. Em vinte anos, mais de 300 pessoas morreram tentando atravessar o Canal. Entre eles: homens, mulheres, crianças e recém-nascidos.
A reportagem é publicada por La Civilità Cattolica, 30-10-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Os três promotores do protesto pacífico são o padre jesuíta Philippe Demeestère, de 72 anos, capelão do Secours catholique, e Anaïs Vogel (35) e Ludovico Holbein (38), um casal mobilizado há vários meses para apoiar os imigrantes.
Eles permanecerão em greve até que o Estado responda a três solicitações: que as forças da ordem parem com as desocupações diárias dos acampados, pelo menos durante os meses de inverno; que o confisco de pertences pessoais e tendas seja evitado; e, por fim, que se reinicie o diálogo entre as autoridades, associações voluntárias e ONGs, para poder definir as formas da necessária intervenção humanitária.
“Nossos políticos não aprenderam a enfrentar a vida”, assim o padre Demeestère resume a situação, em um pequeno vídeo divulgado no Instagram pelo coletivo Faim aux frontières em apoio ao protesto. “Em quatro ocasiões, o Estado bloqueou todo o acesso às associações para distribuição de bens essenciais aos imigrantes. Se está criminalizando a fraternidade”.
O coletivo Faim aux frontières também publicou uma petição online em apoio aos pedidos dos três grevistas.
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França. Padre jesuíta e casal de ativistas fazem greve de fome em apoio aos imigrantes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU