Católicos lançam petição pelo cuidado do planeta, ano da COP26

Foto: Riccardo Maria Mantero | Flickr cc

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08 Outubro 2021

 

Na segunda-feira, 04-10, a festa de São Francisco de Assis finalizou a terceira edição do Tempo da Criação convocada pelo Papa Francisco. A celebração, que começou no início de setembro com a Jornada Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, é o encontro de cristãos e todo o mundo para rezar e proteger o meio-ambiente, considerado por eles criação de Deus.

Esta nova edição se apresenta em um ano de importantes encontros de líderes mundiais, como a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP26) que reunirá 200 mandatários com o objeto de acelerar as ações que buscam dar cumprimento ao Acordo de Paris.

 

A informação é do Movimento Laudato Si', publicada por Religión Digital, 07-10-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

Primeiro fruto: uma declaração ecumênica entre o Papa e outros dois líderes cristãos

 

O Papa Francisco, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu e o Arcebispo de Canterbury assinaram uma declaração conjunta pelo futuro do planeta. Publicada nos primeiros dias do mês de setembro, na qual advertem que “estamos ante uma justiça implacável: a perda da biodiversidade, a degradação do meio ambiente e a mudança climática são as consequências inevitáveis de nossas ações” e acrescentaram: “mas também enfrentamos uma profunda injustiça: as pessoas que suportam as consequências mais catastróficas destes abusos são as mais pobres e as de menor responsabilidade em causá-las”.

 

Segundo fruto: um encontro de cientistas no Vaticano

 

Como encerramento deste Tempo da Criação, na última segunda-feira, levou-se adiante o evento titulado “Fé e Ciência: rumo à COP26” organizado pelas embaixadas do Reino Unido e Itália na Santa Sé, onde líderes e estudiosos de diversas tradições religiosas realizaram um chamado aos mandatários que participarão da COP26. No documento que o Papa Francisco entregou a Alok Kumar Sharma, presidente designado da COP26, e ao ministro de Assuntos Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, Luigi Di Maio, se apresentam, entre outras coisas, diversas vias de educação e formação que devem se desenvolver em favor do cuidado da casa comum.

 

Terceiro fruto: milhares de católicos se mobilizam frente às Nações Unidas

 

Milhares de católicos de todo o mundo se somaram à petição Planeta Saudável, Gente Saudável, impulsionada pelo Movimento Laudato Si' e mais de 300 organizações, através do site thecatholicpetition.org. Tal iniciativa tem o objetivo de acompanhar o Papa Francisco em sua reivindicação aos líderes mundiais, que participarão da COP26, de medidas urgentes e ambiciosas sobre a crise ecológica que vivemos atualmente. Lorna Gold, presidente do Movimento Laudato Si', explico que “os níveis atuais de ambição política sobre a emergência ecológica que enfrentamos são inadequados, a menos que reduzamos as emissões em 50% a nível mundial, permanecer abaixo de 1,5 °C será praticamente impossível”. E em relação com a biodiversidade acrescentou: “a evidência sugere que é necessário alcançar a conservação global de 50% para que a natureza possa desempenhar seu papel potencial em alcançar os objetivos climáticos”.

“O Papa Francisco, na Laudato Si', convidou-nos a cuidar de nossa casa comum e, como sabemos, nossa casa comum está desabando”, disse o padre Joshtrom Isaac Kureethadam, diretor do Escritório de Ecologia e Criação do Vaticano. Por sua vez, alertou que, de acordo com o relatório recentemente divulgado do IPCC, “temos pouco menos de uma década para nos mantermos dentro do limite catastrófico de 1,5° C. Estamos perdendo espécies em um ritmo sem precedentes. De 7 bilhões de espécies, um bilhão pode se extinguir. O tempo está acabando. É hora de os católicos se unirem para levantar nossa voz profética em defesa da criação de Deus”. Em nome do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, padre Kureethadam convidou a assinar a petição dizendo “asseguremos uma transição justa e urgente, na qual defendamos e respeitemos os direitos especialmente dos pobres, das comunidades indígenas, das nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis”.

 

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