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Gigante de pés de barro e pedrinha que rola da montanha

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28 Abril 2021

 

"A pedrinha que se desprende da montanha e destrói a estátua representa o povo dos mártires e nos lembra todas as conquistas libertárias havidas na história", escreve Gilvander Moreira, Frei e padre da Ordem dos carmelitas.

Frei Gilvander é doutor em Educação pela FAE/UFMG, licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália, assessor da CPT, CEBI, SAB, Ocupações Urbanas e Movimentos Populares e professor de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.

 

Eis o artigo.

 

Na Bíblia, o livro de Daniel é um escrito apocalíptico, profecia em outros moldes. O livro de Daniel foi escrito provavelmente no 2º século antes de Cristo, época em que o rei Antíoco IV estava empurrando goela abaixo do povo a cultura grega e para isso era preciso pisar na cultura popular, nos valores e costumes do povo semita hebraico. Daniel objetiva cultivar a esperança em tempos de grandes projetos transnacionais e visa sustentar a resistência contra os opressores. O livro de Daniel, nos capítulos 1 a 6, mostra como ele e os seus companheiros resistiram aos poderosos do império e, assim, foram salvos. Quando o maior inimigo se torna internacional e, por isso, invisível, a profecia muda de tática e de estratégia: prioriza a linguagem simbólica. Daniel carrega uma profunda convicção de fé: o maior poder é o de Deus que está no volante da história. Todos os outros poderes, por maiores que sejam, mesmo que pareçam invencíveis, podem ser derrubados pelos que acreditam na força infinita do Deus da vida, dos nossos ancestrais, dos mártires e de todos os lutadores e lutadoras da história que agem em nós e a partir de dos injustiçados/as (Dn 2,31-47).

O profeta Daniel anima o povo a manter a identidade e a cultura camponesa, os valores oriundos do deserto – lugar onde o povo foi gestado e assumiu o Decálogo como sua Constituição – que define, por exemplo, que “ser vegetariano e não comer carne” é o caminho para a libertação/salvação. A resistência inicia-se pela comida e pela valorização das culturas populares e ancestrais. Ético é não comer a comida do império, mas a comida de verdade - alimentos saudáveis -, que é a dos nossos pais, avós, bisavós, nossos ancestrais (cf. Dn 1).

No capítulo 2 de Daniel (Dn 2,1-49) está a narrativa bíblica de uma estátua gigante de pés de barro desmoronada por uma pedrinha que rola da montanha. O rei Nabucodonosor treme na base por causa de um sonho enigmático. Assustado, o rei exige que os considerados sábios – magos, astrólogos, agoureiros e adivinhos – digam a ele qual foi o sonho que ele teve e a interpretação do sonho. “O rei nos exige algo sobre-humano”, dizem. Diante da negativa dos “sábios”, o rei ordena pena de morte para todos. Condenado à morte, Daniel pede um prazo para interpretar o sonho. Em uma visão, Deus revela o mistério do sonho a Daniel, que fica grato (Dn 2,20-23). Levado diante do rei, Daniel desmascara o pretenso poder dos sábios, astrólogos, magos e adivinhos. Diz ele: “Não são capazes de desvendar o segredo que Vossa Majestade lhes propôs. Mas há no céu um Deus que revela os segredos” (Dn 2,27-28). Trata-se de luta pela afirmação do Deus do povo escravizado e o desvencilhamento dos ídolos de todos os impérios. Daniel contou ao rei o que acontecerá nos últimos dias, no futuro.

Eis a visão: era uma grande estátua, alta e muito brilhante. Ela estava bem à frente de Vossa Majestade e tinha aparência impressionante. Cabeça de ouro maciço, o peito e os braços de prata, a barriga e as coxas de bronze, as canelas de ferro e os pés, parte de barro e parte de ferro (Cf. Dn 2, 31-33). Eis que uma pedrinha rolou da montanha e caiu nos pés da estátua gigante e os quebrou. Tudo virou palha, pó. A pedrinha se transformou em uma enorme montanha. O profeta Daniel deu a seguinte interpretação: “Vossa Majestade, rei dos reis, é a cabeça de ouro. Após Vossa Majestade, aparecerá outro reino, menor que o seu, depois, um terceiro, de bronze. O quarto reino será duro como ferro, mas esse reino terá pés de barro e ferro, forte por um lado, mas fraco, por outro; reino recheado de contradições e mentiras. Por isso, se desmoronará. Deus suscitará um reino que nunca será destruído. Esse reino é o da pedrinha que rolou da montanha sem ninguém tocá-la e esmigalhou o que era de barro, ferro, bronze, prata e ouro” (Dn 2,37-45).

O capítulo 2 de Daniel termina dizendo que o rei prostrou-se diante dele e reconheceu a sua profecia. Tentou cooptá-lo propondo fazê-lo governador de todas as províncias/colônias do império babilônico, mas ele não aceitou, porém sugeriu que o poder fosse exercido por outras lideranças da sua confiança. Assim a profecia, com autonomia, seguiu seu caminho.

Em contextos políticos de poderosos aparentemente insensíveis exercendo o poder, pretendendo ser onipotentes e invencíveis, é tremendamente revolucionário afirmar como fez o profeta Daniel que o único poder é o de Deus, dos ancestrais, dos mártires e dos lutadores e lutadoras da história que atuam no povo de luta que resiste no presente. Assim, o profeta Daniel deslegitima e desmascara os pretensos poderosos e afirma outro poder que não é o exercido por nenhum ser humano metido a ser messias. Mas, segundo a Teologia da Libertação, o único poder que Deus tem é o poder do amor, pois “Deus é amor”, o amor é Deus. Logo, o poder do Deus da vida está em nós, permeia e perpassa a trama das relações humanas e sociais. O divino está no humano. Junto com o povo, jamais sozinho, Deus governa a história. Sem a participação humana tecendo novas relações sociais e construindo instituições com o poder democratizado, não é possível fazer desmoronar os podres poderes. A beleza espiritual da profecia de Daniel, a estátua gigante e a pedrinha, é dizer: a última palavra será da vida, da liberdade e não dos podres poderes. Isso suscita esperança e faz a luta de resistência dos injustiçados continuar.

O eixo da literatura apocalíptica de caráter histórico é o confronto Império versus Povo. Por isso, a teologia apocalíptica é sempre teologia política libertadora. A literatura apocalíptica é também uma literatura de esperança que se cultiva na luta por direitos. Sempre se anuncia o juízo de Deus, que põe fim à situação de opressão. O fim será a destruição da estátua gigante e a instauração do Reino de Deus a partir da luta dos/as pequenos/as e explorados/as.

No capítulo 2 de Daniel o reino de Deus, que é reino da justiça, da paz, da solidariedade entre as pessoas e de respeito a toda a biodiversidade, é simbolizado por uma pedrinha que se desprende da montanha – lugar de encontro com o Deus verdadeiro, com o próximo, consigo mesmo e com todas as criaturas - aparentemente sem intervenção da mão humana e destrói a estátua gigantesca que representa os impérios do passado, do presente e do futuro e que, depois de destruí-la, se transforma em uma grande montanha que enche toda a terra.

A pedrinha que se desprende da montanha e destrói a estátua representa o povo dos mártires e nos lembra todas as conquistas libertárias havidas na história. Assim, os 400 mil mártires, não apenas da pandemia da covid-19, mas principalmente da política fascista e genocida do inominável presidente com o todo o desgoverno federal, com a cumplicidade de 70% do Congresso Nacional e a maioria do Supremo Tribunal Federal, derrubarão, um a um, todos cúmplices do genocídio em curso no Brasil. Bendito quem continua atirando pedrinhas “a partir da montanha” nos pés de barro do gigante recheado de contradições e mentiras que devasta o povo brasileiro e o nosso território.[1]

Em tempo: O profeta Daniel e os outros 11 profetas esculpidos por Aleijadinho em Congonhas, MG, estão sendo corroídos pela ferrugem causada pela poeira tóxica da mineração da CSN – mesmo ar que a população respira - que já devastou grande parte da Serra da Casa de Pedra e construiu uma barragem gigante de lama tóxica que está, como uma espada de Dâmocles, sobre cabeça de milhares de pessoas que resistem abaixo da barragem. O Ministério Público, em relatório que avalia os impactos da expansão da mineração, denuncia: "O depósito de partículas de poeira (decorrentes da mineração) no conjunto dos profetas do adro da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, MG, contribui para a degradação do conjunto escultórico de autoria do mestre Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), sem esquecer dos prejuízos causados pela poluição atmosférica à saúde da comunidade local", no Patrimônio Cultural da Humanidade, reconhecido em 1985. Além de corroer os profetas, a mineração está devastando a paisagem que emoldura os profetas de Aleijadinho. À esquerda no adro da Basílica, o profeta Joel tem o olhar fixo no Morro do Engenho e o encara 24 horas por dia, repudiando a devastação que a mineradora CSN segue fazendo de forma brutal. Eis um exemplo do gigante da mineração em Minas Gerais que precisa ser paralisada para o bem do povo, da mãe terra, da irmã água, da fauna, da flora e de toda a biodiversidade. Os doze profetas e o Morro do Engenho, em Congonhas, MG, precisam ser preservados e a mineradora CSN deve ser expulsa. Eis o que pede de nós Daniel, Joel e os outros dez profetas.

imagem: Profeta Daniel

Obs.: Os vídeos nos links, abaixo, ilustram o assunto tratado acima.

1 - Faísca de Dom André de Witte, PRESENTE sempre em nós na luta pelo reino do Deus no meio do povo

 

2 - “Rodoanel/RODOMINÉRIO de Belo Horizonte e RMBH devastará a APA da Lajinha, em Rib. Neves” – Vídeo 10

 

3 - As brutais contradições do Projeto de Rodoanel de Belo Horizonte e RMBH. Por Euler Cruz - Vídeo 8

 

4 - "Devastação de 1.000 árvores na Mata do Havaí em Belo Horizonte." Frei Gilvander e morador - 21/4/21

5 - Frei Gilvander aponta brutal devastação socioambiental que Rodoanel causará em BH e RMBH - Vídeo 5

 

6 - Liberdade e luta ainda que tardias: Massacre de Ipatinga, Luta Indígena e Lutas Sociais

 

Nota:

[1] Gratidão à Carmem Imaculada de Brito, doutora em Sociologia Política pela UENF, que fez a revisão deste texto.

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