11 Março 2021
"A longa espera de doentes graves de Covid-19 por falta de vagas nos hospitais - enfermarias e UTIs - e (o que é pior ainda) a morte por asfixia por falta de oxigênio, é realmente um tratamento desumano e degradante: uma verdadeira tortura", escreve Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia da UFG, 09-03-2021.
Em nome do Deus da vida, acorda Brasil! Tiremos imediatamente esse presidente, psicopata e assassino, que todo dia mata - cínica e friamente - milhares de pessoas de Covid-19 por falta de assistência médica adequada e de vagas nos hospitais: enfermarias e UTIs.
“Goiás tem 495 na fila de internação para Covid-19” (O Popular, 09/03/21. Manchete de 1ª página). “Paraná tem 1.071 pessoas à espera de um leito de UTI ou enfermaria para Covid-19”. Márcia Huçulak, Secretária Municipal da Saúde de Curitiba, afirma: "Fizemos do Brasil um covidário, um lugar perfeito para a proliferação do vírus e das suas novas variantes".
Todos os Estados se encontram mais ou menos na mesma situação. Chega de tanta criminalidade! Não dá mais! O povo quer viver! É uma questão de legítima defesa social.
Judiciário e Congresso não sejam omissos e coniventes com o crime, cumpram seu papel e tirem esse psicopata assassino da presidência! Congresso - por estarmos numa situação de emergência - suspenda todos os gastos do país que não sejam estritamente necessários; cobre uma “taxa especial” de todos os que possuem grandes fortunas; exija que o Executivo organize, com a máxima urgência, um plano nacional de socorro médico e hospitalar a todos e todas que precisam de assistência para salvar suas vidas; e cobre imediatamente um plano de vacinação gratuita contra a Covid-19 para toda a população.
Sociedade civil, acorda! Sindicatos de trabalhadores/as, Movimentos Populares, Movimentos estudantis e as mais diversas Organizações sociais unamo-nos, lutemos e derrubemos esse assassino!
Além de ser um homem totalmente antiético, ele viola, impune e permanentemente, a Constituição Federal do Brasil, que - em seu artigo 5º - depois de declarar que “todos e todas são iguais perante a lei”, destaca “a inviolabilidade do direito à vida” e - no parágrafo 3º - afirma categoricamente que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”.
A longa espera de doentes graves de Covid-19 por falta de vagas nos hospitais - enfermarias e UTIs - e (o que é pior ainda) a morte por asfixia por falta de oxigênio, é realmente um tratamento desumano e degradante: uma verdadeira tortura.
Igrejas - católica e evangélicas - tomem uma posição clara e firme contra essa situação criminosa! Não sejamos - os cristãos e cristãs - Igrejas de Judas, que traem Jesus nos pobres, ou Igrejas de Pilatos, que lavam as mãos! Sejamos Igrejas proféticas! Falemos! Denunciemos! Lutemos pela vida! “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Lembra-nos o Papa Francisco: “Todos e todas devem ter acesso aos cuidados de saúde, sejam eles quem forem, onde quer que estejam". “A saúde não é um bem de consumo, mas um direito universal: unamos os esforços para que os serviços de saúde sejam acessíveis a todos e todas”.
Continua o Papa: "Quando a pessoa doente não é colocada no centro e considerada em sua dignidade, criam-se atitudes que podem levar até mesmo a especular sobre as desgraças dos outros. E isso é muito grave! É preciso estar vigilantes, especialmente quando os pacientes são idosos com uma saúde severamente comprometida, se eles estão sofrendo de doenças graves e dispendiosas para os seus cuidados ou são particularmente difíceis, tais como pacientes psiquiátricos. O modelo empresarial no setor de saúde, se adotado de forma indiscriminada, ao invés de otimizar os recursos disponíveis, corre o risco de produzir descartes humanos. Otimizar os recursos significa usá-los de maneira ética e solidária e não penalizar os mais frágeis” (Disponível aqui).
Chega de tanta iniquidade! Um outro Brasil é possível e necessário! Unidos e organizados, lutemos por ele!
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Um apelo dramático: acorda Brasil! Artigo de Marcos Sassatelli - Instituto Humanitas Unisinos - IHU