03 Dezembro 2020
Passaram-se poucos dias desde a entrega a Leydy Pech do prestigioso prêmio Goldman Environmental Foundation, o Nobel do Ambiente, e é uma pena que não tenha repercutido na Itália.
O comentário é de Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, publicado em Mosaico di Pace, 02-12-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Leydy Pech é uma apicultora indígena maia que mora em Hopelchén, no pequeno Estado mexicano de Campech. Há algum tempo, Leydy Pech se deu conta da morte anômala das suas abelhas e acabou entendendo que isso se devia às plantações extensivas de soja transgênica que a Monsanto havia disseminado na sua região, graças a uma concessão do governo.
Leydy Pech. (Foto: Foto Pública/Reprodução/Facebook)
De acordo com o direito internacional e as leis mexicanas, para poder conceder a permissão para essas plantações, o governo deve obter o consentimento dos povos indígenas. Pois bem, das 34 etnias que habitam aquela região, apenas seis haviam sido ouvidas.
Leydy Pech não perdeu tempo e organizou uma coalizão que conseguiu levar a cúpula mexicana da Monsanto ao Supremo Tribunal Federal do país, que, depois de um longo e duro processo em que os melhores advogados mexicanos atuaram a serviço da multinacional, confirmou que o governo violou os direitos constitucionais dos maias. Por isso, suspendeu a plantação de soja geneticamente modificada.
Desde setembro de 2017, o Serviço Alimentar e Agrícola mexicano revogou a permissão da Monsanto para cultivar soja geneticamente modificada em sete Estados. Em suma, as abelhas de Leydy venceram.
Todos entendemos quem é Golias nessa história, mas é imperativo que todos também saibam que Davi, no México, se chama Leydy Pech.
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As abelhas vitoriosas de Leydy Pech, Nobel do Ambiente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU