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Sociedade em estado sólido, líquido e gasoso

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28 Outubro 2020

"A verdade é que a mútua paciência vem se esgarçando a olhos vistos, juntamente com o contrato social. Rompe-se levianamente, e com demasiada frequência, a capacidade de confronto e de diálogo com o outro, com o diferente, e com estrangeiro. A pressa atropela tudo e todos", escreve Alfredo J. Gonçalves, padre carlista, assessor das Pastorais Sociais e vice-presidente do SPM – São Paulo.

Eis o artigo.

Tomando em consideração a célebre metáfora da liquidez, de Zygmunt Bauman, talvez já não baste falar de “modernidade líquida”, mas também do estado gasoso da sociedade pós-moderna ou contemporânea. Com efeito, as grandes referências pétreas e primordiais, os laços e relações, os contratos, as referências, os valores tradicionais positivos e até mesmo as instituições!... Não apenas parecem ter se derretido, mas evaporado. Um exemplo emblemático: dados, números, tabelas, esquemas, pesquisas, estudos e artigos da Internet, em lugar de serem guardados em fichas, gavetas, armários, salas, bibliotecas e edifícios sólidos, são hoje arquivados “na nuvem”. Permanecem inacessíveis ao olhar e ao tato.

Neste ponto, cabe introduzir uma citação referente ao escritor norte-americano Henry Adams. Este “chega a estabelecer uma teoria da história que leva em conta ‘a degradação do dogma da democracia’, e a imagem da lei de aceleração da história. Seguindo o pensamento do autor, a história se reduziu à física e passa pelas ‘fases’ análogas àquelas relacionadas à substância dos corpos: sólida, líquida e gasosa” (Cfr. MOHRT, Michel, Littérature anglaise des Etáts-Unis D’Amérique, in: Enyclopédie de la plêiade – Histoire des litteratures, Librairie Gallimard, Paris, 1956, Vol. II, pág. 587).

No estado sólido, desde Hobbes e Rousseau, o contrato social, alicerce sobre o qual se erguem as bases dos “tempos modernos”, encontra-se revestido de uma espécie de teologia laica. Tem um caráter quase sagrado. Em lugar do olhar de Deus que tudo controla, ou da recompensa na vida eterna que legitima os dissabores do presente, agora passam são as conveniências sociais que garantem o funcionamento da sociedade. “O homem como lobo do próprio homem”, na célebre expressão de Thomas Hobbes, deve defender-se dos instintos, desejos e paixões, da própria violência e agressividade – que lhes são inerentes. Transfere para a lei e o Estado a responsabilidade de estabelecer a paz e a harmonia. A teocracia hierárquica e vertical cede espaço a uma democracia horizontal, incipiente e ainda capenga. Apesar do ódio e da cobiça recíprocos, a humanidade deve aprender a conviver.

No caso do estado líquido, Bauman ilustra o título de muitas de suas obras com esse adjetivo, o qual se lhe tornou familiar. A natureza antes permanente do contrato social começa a derreter-se. Compromissos assumidos com o selo definitivo ou perpétuo, isto é, válidos para toda uma existência, para a vida inteira, acabam sendo substituídos por relações transitórias e efêmeras. Os valores de uma experiência longa e sábia cedem o lugar aos experimentos provisórios. Tudo que se faz, pode ser desfeito e refeito indefinidamente. A velocidade das mudanças não tem precedentes. Para citar um caso, nada é mais velho do que o jornal de ontem. As notícias hoje ou são instantâneas ou deixam de interessas. “News” é sinônimo de simultaneidade. Além disso, o invés de se planejar conscientemente o futuro da própria vida, torna-se mais fácil encontrar respostas imediatas para desafios igualmente imediatos. É comum trocar de amigos, de parceiro ou de opinião quase como se troca de roupa.

Os relacionamentos pelas redes sociais, por exemplo, com igual rapidez com que nascem e se ampliam, se multiplicam e se diversificam, também podem ser “deletados”. Basta um simples toque na tecla do computador. Essa é a velocidade frenética, alucinada e vertiginosa dos dias atuais. As revoluções na área dos transportes, das comunicações e da informática aboliram o tempo e o espaço. A luz da energia elétrica aboliu a noite. Instalou-se por toda parte o sistema ininterrupto – 24 horas – de produção, comercialização e consumo. “Time is money”, dizia Benjamin Franklin, um dos líderes da Revolução Americana.

Sinais concretos desse estado de coisas em que vivemos podem ser encontrados em não poucos “pactos” ou “acordos”, antes considerados mais sólidos, mas que hoje ganham caráter cada vez mais eventual e temporário. Eles fazem parte do tecido social de nosso tempo, do nosso agitado cotidiano: namoro e noivado, uniões matrimoniais e solidariedade familiar, fidelidade religiosa e partidária, contratos ou convênios de compra e venda, votos de profissão perpétua no caso da VRC-Vida Religiosa Consagrada, e assim por diante. Falta uma dose mais nutrida de seriedade e responsabilidade no cumprimento das promessas estabelecidas, por uma parte, e, por outra, sobram montanhas de fragmentos, migalhas, cacos, escombros, folhas secas – pedaços isolados e descosidos de existências laceradas. Pedaços às vezes sangrentos, em carne viva, retorcidos pela dor, cuja divisão e discórdia poderiam ser evitados. A verdade é que a mútua paciência vem se esgarçando a olhos vistos, juntamente com o contrato social. Rompe-se levianamente, e com demasiada frequência, a capacidade de confronto e de diálogo com o outro, com o diferente, e com estrangeiro. A pressa atropela tudo e todos.

Por fim, mas não em último lugar, o estado gasoso remete às relações virtuais. Mas está longe de se restringir a elas. Neste caso, o contrato social escapa das exigências e constrições da vida real. Evapora para o magnetismo mágico da cibernética. Surgem novos deuses e novos anjos, novos demônios e novos cultos. Surgem igualmente novos sacerdotes, novos templos e novos acólitos – burocratas da era digital. Quase da noite para o dia, erguem-se do nada os chamados “unicórnios”, gigantes colossais do empreendedorismo informático, tais como Google, Apple, Facebook, Amazon, Microsoft, entre outras.

Ademais da liquidificação da matéria, esta entra em estado gasoso. A maior empresa de táxis do mundo, não possui um único veículo para esse uso. A maior livraria do mundo, não possui um edifício cheios de prateleiras e livros. Os objetos de uso tonam-se voláteis. A empresa não suja as mãos com as mercadorias: age como intermediadora entre a venda e a compra, entre a origem e o destino. Vale o mesmo para o capital financeiro. Feito andorinha, desloca-se de um lado a outro do planeta em forma de nuvem vaporosa. Acomoda-se oportunisticamente ao sucesso ou declínio das economias reais, faturando com a pobreza de seus povos.

Os laços interpessoais, comunitários, sociais ou culturais também se vaporizam e se diluem no espaço. Valem não pelo que são, e sim pelo que aparentam. À distância, ou através das redes sociais, é possível turbinar um rosto, um corpo, uma moradia ou uma fortuna. A tecnologia se presta a todo tipo de mentira e falsidade. E inversamente, pelas mesmas vias também é possível desqualificar valores construídos de forma longa e árdua. Disso resulta que, não raro, quando se passa de uma relação virtual a um encontro concreto, a aparência se dissolve ou evapora. O sonho virtual se converte por vezes em um pesadelo real. Em alguns casos, pode terminar em verdadeira tragédia. Mas é sobretudo na área do conhecimento que o estado gasoso exerce seu fascínio. “Dados” se tornam a verdadeira moeda da sociedade contemporânea. Informações sobre pessoas, empresas, políticos importantes ou celebridades são armazenadas como o ouro ou o petróleo. Disputadas como tesouros, diamantes ou pérolas preciosas. Usadas como matéria prima para a publicidade, o marketing e a propaganda, como também para a disputa eleitoral entre os candidatos. O mesmo vale para as pesquisas, as descobertas ou as patentes de novas fórmulas científicas, sejam estas ligadas ao mundo da física, da química ou da biologia. O poder de manipulação sobre o genoma e o DNA da vida, e em especial do embrião humano, adquire um valor incomensurável. Os dados e a ética nem sempre estão do mesmo lado!

Os bens imateriais, tais como a saúde, o lazer, o bem-estar, a longevidade e a qualidade de vida superam em valor os bens materiais. Em lugar dos grandes parques industriais, do patrimônio acumulado e da capacidade de produzir mercadorias, tem muito mais valor a “marca” desta ou daquela empresa multinacional ou transnacional. Não será exagero falar hoje de latifúndio da informação e do conhecimento. Os donos desses campos gigantescos, e ainda inexplorados, emergem como novos deuses (ou ídolos) que tudo sabem e tudo podem. Impõe-se uma nova tirania, a tirania do conhecimento. Ela vem endeusando a pesquisa e a ciência aplicada sem que, paralelamente a isso, se desenvolva um processo crítico capaz de alertar para seus erros e suas falhas ou soluções inconclusivas, quando não abusivas.

Leia mais

  • A ‘uberização’ e as encruzilhadas do mundo do trabalho. Revista IHU On-Line, nº. 503
  • Sociabilidade 2.0 Relações humanas nas redes digitais.  Revista IHU On-Line, nº. 502
  • Cidadania vigiada. A hipertrofia do medo e os dispositivos de controle. Revista IHU On-Line, nº. 495
  • Os monopólios digitais e a espiral da vigilância comercializada. Entrevista especial com Jonas Valente
  • Bauman: mundo líquido, obra sólida
  • Bauman, crítico da modernidade, e as existências líquidas sempre em risco. Artigo de Donatella Di Cesare
  • Manifesto contra a Amazon
  • Sobre iPhone11, tecnologia e “fim do trabalho”
  • O futuro do Google é também seu passado: colonialismo digital e capitalismo de vigilância
  • Facebook usou os dados pessoais de seus usuários como moeda de troca para manipular seus concorrentes
  • Um pedido pelo aplicativo vale toda essa precarização?
  • 'Não deixe que as telas digitais sejam tudo', alerta a neurocientista Maryanne Wolf
  • Google, Facebook... Amazon: regulação ou concentração monopolista

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