24 Setembro 2020
"Bolsonaro usou a tribuna das Nações Unidas para fazer campanha à reeleição e não para promover o país", afirma Observatório do Clima, em nota, 23-09-2020.
Jair Bolsonaro não fugiu do script no discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (22). Em pouco mais de 14 minutos de uma fala calculadamente delirante, o presidente mais uma vez expôs o país de forma constrangedora e confirmou as preocupações dos investidores internacionais que pensam em sair do Brasil. Ao negar simultaneamente a crise ambiental e a pandemia, o presidente dá a trilha sonora para o desinvestimento e o cancelamento de acordos comerciais no momento crítico de recuperação econômica pós-Covid.
O discurso na ONU não foi voltado à comunidade internacional, mas sim à claque bolsonarista em casa — em especial nas redes sociais. Não teve o objetivo real de prestar esclarecimentos sobre a situação do Brasil a parceiros comerciais e consumidores preocupados, muito menos de propor uma visão de país, como era a tradição, mas de combater a realidade e inventar inimigos imaginários. Bolsonaro usou a tribuna das Nações Unidas para fazer campanha à reeleição e não para promover o país.
“Ao arrasar a imagem internacional do Brasil como está arrasando nossos biomas, Bolsonaro prova que seu patriotismo sempre foi de fachada”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Acusou um conluio inexistente entre ONGs e potências estrangeiras contra o país, mas, ao negar a realidade e não apresentar nenhum plano para os problemas que enfrentamos, é Bolsonaro quem ameaça nossa economia. O Brasil pagará durante muito tempo a conta dessa irresponsabilidade. Temos um presidente que sabota o próprio país.”
Sobre o Observatório do Clima: rede formada em 2002, composta por 50 organizações não governamentais e movimentos sociais. Atua para o progresso do diálogo, das políticas públicas e processos de tomada de decisão sobre mudanças climáticas no país e globalmente.
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Novo delírio de Bolsonaro na ONU envergonha o país (de novo) e embala fuga de investidores - Instituto Humanitas Unisinos - IHU