08 Setembro 2020
O Papa Francisco encoraja a denunciar os abusos sexuais. Sem especificar se a denúncia deve ser feita perante os tribunais diocesanos ou perante a polícia, ou aos dois, o pontífice reitera mais uma vez que a omissão deve ser rompida.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 06-09-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“A denúncia necessária sempre deve ser acompanhada de um anúncio que será bom que todos escutemos: ‘Asseguro-te que, cada vez que fizeste isso ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizeste!’’”, afirmou ele, citando o Evangelho de Mateus, no prefácio que assinou a um livro intitulado “Teologia e prevenção”, um estudo teológico interdisciplinar aprofundado sobre a prevenção dos abusos na Igreja, coordenado pelo Conselho Latino-Americano do Centro de Pesquisa e Formação Interdisciplinar para a Proteção dos Menores (Ceprome), da Pontifícia Universidade do México.
Trata-se de um texto articulado que reúne diversos conteúdos assinados por psicólogos, sacerdotes, especialistas, que, do ponto de vista teológico, convidam a aprofundar “este doloroso mal do abuso sexual que ocorreu na nossa Igreja Católica”, escreve Bergoglio. O texto também deve ser traduzido para o italiano.
“Neste último tempo eclesial, tivemos o desafio de olhar para esse conflito com a cabeça erguida, de assumi-lo e sofrê-lo junto com as vítimas, suas famílias e toda a comunidade para encontrar formas que nos falam dizer: nunca mais à cultura do abuso. Essa realidade nos obriga a trabalhar na conscientização, prevenção e promoção da cultura do cuidado e proteção nas nossas comunidades e na sociedade em geral, para que ninguém possa ver violada ou abusada a sua integridade e dignidade. Lutar contra o abuso significa promover e empoderar comunidades capazes de velar e anunciar que toda vida merece ser respeitada e valorizada, especialmente a dos mais indefesos, que não têm os recursos para fazerem ouvir a sua voz.”
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Abusos: “A denúncia é necessária. Quem fez isso contra um menor agrediu a Cristo”, afirma Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU