11 Janeiro 2020
Dom Gerhard Feige, da Diocese Magdeburg, na Alemanha, mostrou-se cético quanto à proposta recente elaborada por teólogos alemães para que católicos e protestantes abram-se reciprocamente ao acesso à Comunhão.
A reportagem é publicada por Catholic News Service, 09-01-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
A agência noticiosa católica alemã KNA escreveu que Feige, presidente da comissão para o ecumenismo da Conferência dos Bispos do país, disse que os acordos formulados por um grupo de trabalho ecumênico em setembro não necessariamente correspondem à realidade do trabalho da Igreja na prática.
Segundo ele, há o risco de que o estudo “informado e altamente inteligente” sobre o qual a proposta se baseia leve a alimentar expectativas – especialmente diante da III Convenção Ecumênica a acontecer em 2021 em Frankfurt – que não possam ser processadas teologicamente no curto prazo de tempo disponível.
Feige fez esta declaração durante um debate com teólogos sobre a votação do grupo de trabalho ecumênico alemão; a votação foi publicada em setembro com a publicação de um documento, “Juntos ao redor da mesa do Senhor”.
O documento advoga a “hospitalidade eucarística” e vê a justificação teológica para “a mútua participação na celebração da Ceia/Eucaristia do Senhor com respeito às tradições litúrgicas uns dos outros”.
Feige falou que provavelmente a conferência episcopal alemã abordará o tema mais atentamente em sua próxima assembleia plenária.
Dorothea Sattler, teóloga católica de Münster e participante do grupo de trabalho, disse que o estudo reúne os achados dos diálogos ecumênicos anteriores. Ela explicou que a votação expressamente pleiteia uma participação nas formas vividas há séculos pelas outras tradições cristãs e que não busca uma forma nova de liturgia, segundo o texto publicado pela KNA.
“A ideia é que sejamos convidados para as diferentes formas de celebração litúrgica”, explicou Sattler. A teóloga acrescentou que o grupo de trabalho quis que a votação incentivasse uma maior abertura para as questões ecumênicas.
Miriam Rose, presidente da Comunidade das Igrejas Protestantes na Europa, disse: “O fato de a votação pleitear um reconhecimento dos ofícios protestantes é um passo muito forte e muito grande”.
Ela disse também que valeu a pena o documento afirmar que o que acontece nas congregações protestantes é uma expressão do Espírito Santo e que a teologia deve refletir isto.
“Acho que esse é o futuro do diálogo ecumênico”, disse a teóloga protestante da cidade de Jena.
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Bispo alemão diminui as esperanças de Comunhão compartilhada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU