17 Julho 2019
A revista online Ospitalità Eucaristica – editada por Margherita Ricciuti (valdense) e Pietro Urciuoli (católico) – pediu aos teólogos Paolo Ricca e Giovanni Cereti uma declaração conjunta sobre o tema da hospitalidade eucarística.
Os dois teólogos aceitaram o convite e elaboraram um documento, “A Ceia do Senhor”, publicado no número 9 do periódico, ao qual prontamente aderiram vários expoentes de diversas denominações cristãs, como cossignatários.
A revista Riforma, publicação das Igrejas evangélicas batistas, metodistas e valdenses da Itália, 12-07-2019, publicou o documento, ao qual é possível aderir enviando um e-mail para: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., especificando: sobrenome e nome; estado secular ou religioso; Igreja cristã de referência; município de residência; endereço de e-mail (que não será publicado). Se se considerar apropriado, é possível especificar no e-mail o pedido de anonimato e, eventualmente, também em relação à própria ordem religiosa. Nesse caso, a adesão será considerada apenas para efeitos do cálculo total das adesões recebidas.
A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Nós, cristãos de pertenças, proveniências e experiências eclesiais diferentes, todos a caminho rumo ao Reino de Deus que, em Jesus Cristo, se aproximou da humanidade e de nós,
- convictos de que a unidade da Igreja é, por um lado, um dom do Senhor que devemos receber e um mandamento Seu ao qual devemos obedecer, e, por outro, um sinal importante de união que os cristãos devem oferecer em um mundo tão dividido,
constatamos, através de encontros, diálogos e orações comuns, que compartilhamos o essencial na fé acerca da Ceia do Senhor – definida por alguns como Eucaristia e, por outros, como Santa Ceia –, isto é, que:
- o Senhor está presente na Ceia, que é Ele que a preside em cada Igreja e que nós todos nós fazemos parte do Seu povo somos seus hóspedes, sendo Jesus nos acolhe à sua mesa porque a Ceia é “do Senhor” e não das Igrejas;
- a comunhão que Ele nos dá é unicamente a do pão, “seu corpo”, do vinho, “seu sangue”, da sua santa Palavra e de sua Presença;
- nem Jesus nem os apóstolos explicaram o significado exato a ser dado às suas palavras durante a Ceia, nem esclareceram o modo da presença de Cristo ressuscitado;
- as diversas doutrinas que, nos séculos passados e ainda hoje, tentaram interpretar os gestos, as palavras e a própria presença de Jesus na Ceia, todas têm um significado e um valor próprios, mas não são constitutivas da Ceia;
- a Ceia também representa um momento de união entre os cristãos e, por isso, não pode ser ocasião de divisão;
- toda celebração da Ceia ocorre na espera da vinda de Jesus sobre a terra, que invocamos com a antiga oração cristã “Maranà tha”, “Senhor nosso, vem!”;
- com base nesse consenso livre e fraternalmente alcançado, acreditamos que é possível que toda pessoa cristã batizada, em obediência à própria consciência e permanecendo em plena solidariedade com a própria Igreja, seja acolhida como agradável hóspede em toda mesa cristã em que se celebra a Ceia do Senhor.
Paolo Ricca, pastor e teólogo valdense
Giovanni Cereti, sacerdote católico e teólogo
Maria Bonafede, pastora valdense; Daniele Garrone, teólogo valdense; Andrea Grillo, teólogo católico; Lidia Maggi, pastora batista; Carlo Molari, teólogo católico; Fredo Olivero, padre católico; Emmanuele Paschetto, pastor batista; Giuseppe Platone, pastor valdense; Antonietta Potente, teóloga católica; Felice Scalia, padre católico; Antonio Squitieri, pastor metodista; Kirsten Thiele, pastora luterana.
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Hospitalidade eucarística, uma declaração conjunta - Instituto Humanitas Unisinos - IHU