27 Agosto 2019
Na Basílica de Collemaggio em L'Aquila celebram-se os 725 anos da histórica Bula editada pelo pontífice eremita. Gostaria de saber se os odiadores de plantão, que invocam Nossa Senhora à toa e beijam o rosário até mesmo nas salas do parlamento, sabem que estes são os dias mais importantes de uma das principais manifestações religiosas da Itália.
O comentário é de Fabrizio D'Esposito, publicado por il Fatto Quotidiano, 26-08-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Entre 26 e 27 de agosto, de fato, ocorre o Perdão Celestiniano em Aquila, 725 anos depois da histórica Bula Papal, que também concedia aos pobres e aos deserdados a indulgência plenária geralmente exclusiva para os ricos que podiam comprá-la. Foi uma verdadeira revolução naquele 29 de agosto de 1294 e o Papa da virada foi precisamente Celestino V, do qual é lembrada apenas a clamorosa renúncia ao trono papal "a fim de recuperar com a consolação da vida anterior, a tranquilidade perdida". E, em vez disso, o papa eternizado por Dante entre os ignavos no inferno, porque "ele fez a grande recusa por covardia", mesmo reinando por apenas quatro meses, instituiu o primeiro Jubileu da história com a Bula do Perdão. Ele concedeu esse “dom revolucionário” no mesmo dia de sua coroação como pontífice na Basílica de Collemaggio em L'Aquila.
As crônicas históricas relatam que naquele 29 de agosto de 1294, festividade do martírio de São João Batista (o Degolado), havia 200.000 pessoas, além de reis e nobres. Celestino V se chamava Pietro Angeleri e era considerado já em vida um santo por sua vocação como eremita, em uma gruta no Monte Morrone, acima de Sulmona.
Eleito aos 85 anos pelo conclave reunido em Perugia (após dois anos de sede vacante), Pietro da Morrone chegou de sua gruta em Collemaggio (a basílica foi construída em 1288, justamente por decisão do eremita) no lombo de um jumento e foi acompanhado por seu grande eleitor Carlos II de Anjou, rei de Nápoles.
Ao abrir o programa religioso do Perdão (também há exposições, concertos e outros eventos), o padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, explicou que aquela do Papa Francisco é uma "cultura de misericórdia baseada na redescoberta do encontro com os outros". Em suma, o ato de perdoar, no conceito de misericórdia, implica "paciência, compreensão e ternura".
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A revolução do Papa Celestino V: o perdão para os pobres e os deserdados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU