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Estados Unidos. “Estão envenenando as crianças”. A luta das mães da Califórnia para proibir os pesticidas

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02 Julho 2019

O rosto inchado, os olhos lacrimosos, dificuldades para respirar... Elisa Rivera soube em seguida que o vento havia trazido consigo restos dos pesticidas dos cultivos de fruta do condado de Fresno. “Vivemos isso a todo tempo... as pessoas acabam se acostumando”, conta.

A reportagem é de Sam Lavin, publicada por El Diario, 30-06-2019. A tradução é do Cepat.

Por isso, há anos, Rivera luta contra os pesticidas que são utilizados no Vale Central da Califórnia. Há um mês, conseguiram uma vitória sem precedentes: o estado da Califórnia anunciou, em maio, a proibição do clorpirifós, um pesticida que provoca danos cerebrais nas crianças e que é utilizado nas plantações de amendoim, cítricos, algodão, uvas e nozes. A medida adotada pela Califórnia é também um desafio à Administração atual de Donald Trump, que defende o uso do produto químico.

O próximo objetivo é conseguir fazer com que o estado não substitua o clorpirifós por outros pesticidas perigosos. Rivera faz parte da Coalizão de Ativistas por Pesticidas Seguros (CAPs). O grupo confia em que isto abra precedentes e sirva como exemplo para os movimentos de base de todo os Estados Unidos, uma demonstração de que as alianças entre vários grupos podem enfrentar os perigos ambientais e o sistema que permite sua difusão. “Isto vai além de proibir o clorpirifós”, explica Rivera. “Há muito em jogo e estamos cansadas... Estão envenenando as crianças”, denuncia.

Introduzido em 1965, o clorpirifós é um composto muito eficaz na luta contra as pragas. No entanto, a neurotoxidade do produto químico é muito daninha para os seres humanos, tanto que em 2000 o Governo dos Estados Unidos proibiu seu uso doméstico. A indústria agrícola da Califórnia, produtora da maior parte das frutas e frutos secos dos Estados Unidos, continuou utilizando com a aprovação das autoridades.

Os estudos, no entanto, continuam sem apresentar resultados tranquilizadores. Segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Davis, as mulheres grávidas que vivem perto de áreas fumigadas com clorpirifós têm maior probabilidade de dar à luz a um filho com autismo. Outros estudos demonstram que um nível de exposição moderado ou mesmo baixo durante a gravidez se relaciona com problemas de memória e com menores coeficientes intelectuais. O clorpirifós também se relacionou com a redução da capacidade respiratória.

“A pesquisa trabalhou com famílias da Califórnia e encontrou problemas reais causados pela exposição ao produto químico... Mesmo assim, ainda continua no mercado”, explica Caroline Cox, cientista do Centro de Saúde Ambiental. “As crianças terão que lidar com isto pelo resto de suas vidas”, sentencia.

Durante a presidência de Barack Obama, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, em sua sigla inglesa) se baseou nestes estudos e propôs proibir o clorpirifós na indústria agrícola. No entanto, sob o mandato de Trump, a EPA negou as conclusões dos especialistas da própria agência e se opôs à proibição. Agora, ao que parece, estão “voltando a se valer da ciência de fundamentos sólidos para tomar as decisões”, dizem pela organização.

Na Califórnia, onde crianças de origem latino-americana ficam especialmente expostas ao uso intensivo de pesticidas, a indústria agrícola continuou pulverizando quase meio milhão de quilos de clorpirifós ao ano. Apesar da reputação que o estado possui como líder da resistência progressista a Trump, as autoridades locais não proibiram o uso do produto químico. Por isso, a CAPs e outros grupos de ativistas rurais intensificaram seus protestos e levaram seus depoimentos até as audiências do Governo estatal, exigindo a intervenção da Califórnia.

As mães lideraram a mudança

“Fizemo-nos ser ouvidas, compartilhamos as experiências que tínhamos sobre o impacto do clorpirifós em nossa saúde”, conta Fidelia Morales, mãe de cinco filhos. Vive no povoado agrícola de Lindsay, a três horas de Los Angeles e perto das plantações de cítricos onde o uso de clorpirifós é comum. A exposição aos pesticidas afetou a sua família, especialmente a seu filho de 11 anos. “Meu filho não consegue ficar quieto e escutar na escola, tive que me sentar com ele na aula para o ajudar com suas tarefas”, relata.

Morales vive há alguns anos na região e ficou preocupada com os pesticidas que chegavam arrastados até a sua propriedade. “Não sabia realmente o nível de perigo dos produtos químicos” até que escutou falar dos preocupantes estudos científicos.

“Uma vez que se faz essa conexão, é realmente ultrajante”, aponta Rivera, filha de um membro do Sindicato de Camponeses. “É enraivecedor, dizia-se que não havia alternativa, ou que a alternativa era muito cara. Como podem dizer isso a alguém, quando do que se está falando é da vida de seu filho?”, denuncia.

Os moradores da região do Vale Central viajaram à capital do estado para testemunhar sobre vômitos e dores de cabeça e para expressar seus temores sobre o efeito que teria a longo prazo na saúde das crianças. “As mães sempre lideraram o caminho. Ninguém se mete com uma mãe”, destaca Rivera.

Quando o vento faz os pesticidas chegar até os lares, os pais temem que seus filhos não possam respirar ou acordar na manhã seguinte, conta Raúl García, antigo trabalhador da indústria láctea local, que agora milita na CAPs. “O trabalho é muito duro, os salários são muito baixos e nossa saúde é muito ruim”, conta. “As pessoas trabalham sob um sol ardente, ganhando só para sobreviver, chegam à noite e ficam preocupadas com a saúde de seus filhos, mas precisam levantar às 4 da manhã para ir trabalhar”, denuncia.

O êxito de uma campanha

Com tantas pesquisas contra o clorpirifós, os grupos de ativistas conseguiram pressionar para que suas demandas chegassem às mesas das administrações de todo o estado. “A preocupação pública e a quantidade de perguntas das pessoas fizeram com que os representantes políticos deixassem de ignorar a ciência e abordassem o problema”, recorda a doutora Gina Solomon, professora de medicina clínica e antiga subsecretária da Agência de Proteção Ambiental da Califórnia.

Segundo Ángel García, presidente da CAPs, a campanha contra o clorpirifós teve efeito porque conseguiu unir a grupos de diferentes setores dos movimentos sociais. Havia defensores dos imigrantes, do direito ao voto, dos trabalhadores e da justiça reprodutiva. “Para ser transformadores, temos que unir a todos”, sentencia o ativista.

Gavin Newson, governador da Califórnia, e a Agência de Proteção Ambiental da mesma declararam, em maio, ter percebido a partir do depoimento dos moradores a necessidade de uma proibição “para prevenir o dano significativo que este pesticida causa nas crianças, nos trabalhadores agrícolas e nas comunidades vulneráveis”. O estado também levou em conta as pesquisas que demonstram os graves efeitos da exposição para a saúde, ainda que em níveis mais baixos do que se acreditava suficiente até agora.

Quase sem poder acreditar, os ativistas saíram para comemorar a decisão em todo o estado. “Meus filhos podem ficar do lado de fora, brincar e ficar seguros”, exclama Morales. Contudo, havia uma armadilha. O governador não anunciou a proibição imediata do composto, mas, sim, o início de um “processo de cancelamento” que poderia durar até dois anos para introduzir as restrições por fases. E também não há nenhuma garantia sobre a segurança dos produtos que substituirão a esse.

“Não vamos parar no clorpirifós”

Quando o governador anunciou que iria proibir o clorpirifós, também falou em criar um novo fundo de 5,7 milhões de dólares para apoiar a “transição para alternativas mais seguras e sustentáveis”. No entanto, García acredita que “as comunidades ainda não se sentem seguras”.

Há quem tem que a proibição não sirva para nada. “Substituirão o clorpirifós por algo quase igual em perigo? Ou a Califórnia dará uma guinada de verdade rumo a um plano mais complexo para enfrentar as pragas de uma forma sustentável?”, pergunta Paul Towers, diretor da ONG Aliança Comunitária com os Agricultores. Em sua opinião, o sistema de regulamentação ainda tem muito a melhorar: “Não podemos passar décadas lutando contra cada um dos compostos químicos em separado”.

O estado prometeu auxiliar os agricultores na busca de alternativas viáveis que não dependam de produtos químicos tóxicos, como os controles biológicos e as práticas de manejo integrado de pragas. Segundo Val Dolcini, diretor interino do departamento de regulamentação de pesticidas, o estado não vetou imediatamente o composto para ganhar tempo na busca de uma solução que não seja substitui-lo por outros produtos químicos daninhos. “O Departamento deixou claro aos agricultores da Califórnia que devem começar a buscar alternativas menos daninhas e pesticidas menos tóxicos”.

Enquanto isso, o fabricante do clorpirifós, Corteva Agriscience, continua defendendo seu produto. Considera que o proibir “eliminaria uma importante ferramenta dos agricultores e minaria o altamente eficaz sistema de regulamentação de pesticidas que permaneceu em vigor durante décadas no estado da Califórnia e em todo o país”.

A empresa, antes parte da corporação agroquímica DowDuPont, se negou a fazer mais comentários e declarou que estava “avaliando todas as opções possíveis antes de reagir” às restrições estatais. Morales fala de saturação pela defesa da companhia e insiste em que os moradores não irão retroceder. “Deixem de mentir à comunidade”, pede.

A vitória contra o clorpirifós é, até certo ponto, só uma pequena vitória. Na semana passada, Ángel García, líder da CAPs, teve que comparecer a um vinhedo no condado de Tulare, onde uma corrente de ar havia feito com que dezenas de trabalhadores fossem expostos diretamente a pesticidas. Alguns tinham vômitos e outros sentiam tonturas e dores de cabeça. “Sabem que isto foi ruim”, conta. Segundo Raúl García, ativista, a proibição de um composto químico é só o começo da luta. “Não iremos para no clorpirifós, apenas começamos”, sentencia.

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