Sindicalistas têm encontros com presidentes da Câmara e do STF, além do procurador-geral do Trabalho. Na pauta, Previdência e MP do financiamento sindical.

A reportagem é publicada por Rede Brasil Atual – RBA, 01-04-2019.

Representantes de centrais vão se reunir amanhã (2) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar da "reforma" da Previdência e da medida provisória sobre financiamento sindical. A agenda em Brasília inclui ainda encontros com o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, e no dia seguinte com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A MP 873, editada há um mês, tem ações de inconstitucionalidade aguardando julgamento na Corte.

Os sindicalistas vão reafirmar que a medida visa a "destruir" as entidades que representam os trabalhadores. A MP proíbe cobrança de contribuições sindicais em folha de pagamento, permitindo apenas o uso de boleto, após autorização individual de cada trabalhador. Dezenas de entidades já conseguiram liminares judiciais para permitir o desconto em folha.

Na quinta-feira, representantes das centrais vão lançar um abaixo-assinado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, da Previdência. O ato está marcado para as 10h, na Praça Ramos de Azevedo, região central de São Paulo. As entidades também vão distribuir cartilhas sobre a "reforma", além de divulgar uma calculadora elaborada pelo Dieese por meio da qual o trabalhador pode ser como ficaria sua aposentadoria pelas regras atuais e com as mudanças pretendidas pelo governo.

As centrais planejam ainda fazer neste ano uma inédita comemoração unitária do 1º de Maio. A princípio, a atividade será realizada na Praça da República, também no centro paulistano.

Na última sexta-feira (29), sindicalistas se reuniram em Brasília com o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, para conversar sobre a Previdência. Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, existe consenso "sobre os efeitos devastadores da reforma da Previdência para a classe trabalhadora brasileira, principalmente os mais pobres". Centrais e CNBB também concordam que o objetivo principal da "reforma" é beneficiar o setor financeiro, por meio da implementação do sistema de capitalização.

Leia mais

• “Essa Reforma da Previdência interessa ao sistema financeiro”
• Reforma da Previdência se agarra ao passado para ignorar o futuro
• MP 873 é declaração de guerra a sindicatos e afronta Constituição, afirma a CUT
• Entenda a reforma da Previdência (que vai fazer você trabalhar mais)
• Reforma da Previdência. Projeto conspira simultaneamente contra a justiça social e o equilíbrio das finanças públicas. Entrevista especial com Guilherme Delgado
• Entenda como a reforma da Previdência aprofunda as desigualdades
• Supersalários: juízes que recebem até R$ 250 mil pagam menos de 6% ao INSS
• Pesquisadora do Dieese explica por que só os bancos ganham com a PEC da Previdência
• ‘Reforma’ da Previdência não teria hoje metade dos votos necessários para aprovação
• Especialistas em Previdência são unânimes: PEC de Bolsonaro acaba com a aposentadoria
• "Cortar direitos trabalhistas não gera emprego"
• “Reforma da Previdência é contundente com mais ricos, mas mudança para miseráveis é abrupta”
• Quais as chances de a reforma da Previdência passar?
• Previdência recebe críticas até do Centrão
• Pontos da reforma da Previdência podem ser revistos, afirma Bolsonaro
• Paulo Guedes já sinaliza alterar Previdência rural e de miseráveis para aprovar PEC
• Previdência militar: aposentados quarentões, filhas com pensões
• Reforma da Previdência de Bolsonaro sacrifica os mais pobres, afirma CNBB
• A reforma da Previdência, o emprego e a fadinha da confiança
• Trabalhadores vão às ruas nesta sexta dizer não à 'reforma' da Previdência
• Reforma da Previdência: o plano da equipe de Bolsonaro para dar o 'pontapé inicial'
• Medida Provisória de Bolsonaro ataca aposentadoria de trabalhadores rurais e já esta valendo
• Centrais anunciam propostas e atos para barrar a reforma da Previdência
• Reforma da Previdência pode ser o fim da aposentadoria rural, afirmam agricultores
• MP 873 é incompatível com liberdade sindical, afirma procurador do Trabalho
• "A MP 873 tenta acabar com o movimento sindical". Entrevista especial com Marilane Teixeira