O desmatamento da floresta amazônica pode acelerar como resultado da guerra comercial EUA-China, alertaram os pesquisadores

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02 Abril 2019

A pressão para preencher o déficit pode fazer com que o Brasil aumente suas terras usadas para a produção agrícola em até 39% – 13 milhões de hectares – segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Duas décadas de crescimento no mercado global de soja já levaram ao desmatamento em grande escala nas florestas tropicais brasileiras.

A reportagem é publicada por University of Edinburgh, School of Geosciences e reproduzida por EcoDebate, 01-04-2019. A tradução e a edição são de Henrique Cortez.

Desmatamento da floresta amazônica

O aumento das tarifas fez com que as exportações de grãos de soja dos EUA para a China caíssem pela metade em 2018, criando um enorme déficit que poderia desencadear um extenso corte de árvores no Brasil, dizem especialistas.

Desmatamento ilegal embargado (Foto: Paulo Diniz/IBAMA)

O estudo, da Universidade de Edimburgo e Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, adverte que o Brasil estará sob pressão para fornecer até 38 milhões de toneladas de soja – usada principalmente como ração animal – para a China a cada ano.

Desflorestamento em grande escala

A pressão para preencher o déficit pode fazer com que o Brasil aumente suas terras usadas para a produção agrícola em até 39% – 13 milhões de hectares – segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Duas décadas de crescimento no mercado global de soja já levaram ao desmatamento em grande escala nas florestas tropicais brasileiras.

Controles políticos e legais que impediram a expansão da produção de soja na Amazônia foram recentemente enfraquecidos, dizem os pesquisadores.

Eles alertam que o desmatamento aumentou 29% entre 2015 e 2016. O recém-eleito presidente do Brasil também removeu os direitos fundiários de muitos povos indígenas.

As importações brasileiras da China aumentaram em 2.000% nas últimas duas décadas. Pesquisadores dizem que é muito provável que o apetite da China por ração animal e bioenergia leve a novos aumentos.

No final de 2018, 75 por cento das importações de soja da China vieram do Brasil, o que significa que todo o déficit americano foi substituído por culturas brasileiras.

Medidas de redução

Com poucas perspectivas de que a China reduza a ingestão de grãos de soja, o estudo, publicado na Nature, sugere uma série de medidas para garantir que não haja mais perda da floresta amazônica.

Pesquisadores dizem que a China e os EUA deveriam reconhecer seus papéis na condução do desmatamento tropical e remover as tarifas de comércio da safra.

A China também pode buscar uma gama maior de fornecedores, incluindo Argentina e Europa.

Os pesquisadores também pedem que o Brasil melhore seus esquemas de proteção ambiental recompensando financeiramente os desenvolvedores e empresas por não desmatarem as florestas.

Governos, produtores, reguladores e consumidores devem agir agora. Se não o fizerem, a floresta amazônica pode se tornar a maior vítima da guerra comercial EUA-China. Dr. Alexander, Escola de Geociências, a Universidade de Edimburgo

Referência:

Why the US–China trade war spells disaster for the Amazon
Nature 567, 451-454 (2019)
doi: 10.1038/d41586-019-00896-2

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