Sínodo para a Amazônia: Teólogos apontam sete pontos-chave a partir das escutas sinodais

Papa em Puerto Maldonado. Foto: Vatican News

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

03 Fevereiro 2019

O encontro de teólogos e teólogas, realizado nesta semana, em Brasília/DF, foi ocasião que favoreceu a reflexão e o embasamento teológico a partir das escutas sinodais realizadas em toda a Amazônia brasileira, no segundo semestre de 2018. Como resultados, elencados em sete pontos-chave, ideias para auxiliar os assessores que participarão da construção do instrumento de trabalho do Sínodo para a Amazônia, o Instrumentum Laboris, e a projeção de uma revista da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil com as reflexões teológicas suscitadas na reunião.

A reportagem é publicada por Rede Eclesiástica Pan Amazônica - REPAM, 31-01-2019.

“Muitas comunidades de toda a Amazônia se empenharam para fazer a escuta do sínodo e agora a REPAM está tentando articular, num aprofundamento teológico, toda essa contribuição que veio das comunidades, paróquias, dioceses, prelazias”, explica dom Evaristo Spengler, bispo da prelazia de Marajó/PA, que participou do encontro. Outro bispo que esteve presente foi o arcebispo de Porto Velho/RO, dom Roque Paloschi.

Pontos de Reflexão

Os sete pontos-chave das reflexões dos 18 teólogos e teólogas participantes do encontro estão presentes no Documento Preparatório do Sínodo para a Amazônia. Foi a partir do que foi levantado como respostas ao questionário que o grupo destacou:

  1. Defesa da vida, dos direitos e dos territórios na Amazônia, terra em disputa
  2. Participação e protagonismo das mulheres na Igreja
  3. Uma Igreja com rosto indígena e ribeirinho
  4. Criação de novos ministérios, sua formação e organização
  5. Os contextos urbanos na Amazônia: desafios e urgências para uma Igreja em saída
  6. Formação teológico-política do clero e dos leigos/as na Amazônia
  7. A comunicação desde a Amazônia

Padre Dário Bossi, um dos assessores da REPAM-Brasil, – que coordenou o encontro ao lado de outra assessora, Moema Miranda – explica que este processo em vista do sínodo tem um método latino-americano, no qual a teologia é um segundo momento do processo de reflexão. “O primeiro é a escuta humilde das comunidades. Ali, se pergunta quais as intuições do povo”, explica, recordando também o ensinamento do papa Francisco em acolher “o instinto de fé” dos fiéis. A Teologia, neste sentido, pode “consolidar e dar suporte ao que está na vida direta do povo”.

Com essa proposta, os padres Peter Hughes e Paulo Suess, designados para participar da reunião pré-sinodal, poderão contar com uma leitura teológica da riqueza do bioma Amazônico, dos saberes e da diversidade dos Povos, suas lutas por uma ecologia integral, seus sonhos e esperanças. Esta contribuição, deve auxiliar na construção do instrumento de trabalho do Sínodo.

Outro resultado do encontro é a proposta de uma revista com as reflexões dos teólogos acerca dos assuntos englobados nos sete pontos-chave debatidos na reunião. Esta publicação, de acordo com padre Dário, tem dois destinatários: as pessoas que estarão no sínodo, em outubro, e todas as comunidades escutadas, “que têm o direito de retorno” daquilo que foi partilhado. A publicação fará a conexão com os gritos e riquezas apontados nas escutas realizadas em toda a Amazônia e, num processo continuado após o Sínodo, ajudará a pensar quais são os pontos que podem ser devolvidos às comunidades no pós-sínodo, com uma reflexão bíblico-teológica.

Leia mais