09 Janeiro 2019
A Comissão de Direitos Humanos do Senado do Chile decidiu na noite passada revogar a nacionalidade concedida em 2006 ao arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, acusado pela comissão de encobrimento de casos de abusos sexuais.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 08-01-2018. A tradução é de Graziela Wolfart.
A decisão, movida pelas senadoras Ximena Rincón, da democracia cristã, e Adriana Muñoz, do Partido pela Democracia (PPD), foi tomada de forma unânime e deverá ser ratificada pela sala da Câmara Alta e na Câmara dos Deputados.
Segundo Rincón e Muñoz, a nacionalidade por graça foi concedida ao sacerdote salesiano de origem italiana em 2006 pelo aporte que havia dado ao país a partir de seu papel como religioso, principalmente em questões de educação, "mas agora sabemos que isto não é efetivo porque não apoiou os menores e isto não tem a ver com razões judiciais".
Na mesma linha o senador Alejandro Navarro, integrante da Comissão de Direitos Humanos, indicou que os legisladores entendem a dor das vítimas.
"Estamos com aqueles que sofreram violações da sua dignidade e as tendo denunciado, a hierarquia as ocultou", acrescentou.
No início de outubro, Ezzati se apresentou diante da Promotoria regional de O'Higgins como acusado pela comissão de encobrimento de casos de abusos sexuais, mas se reservou ao direito de nada declarar.
O religioso faz parte do grupo de sete bispos chilenos que estão sendo investigados pela Promotoria Nacional do Chile por casos de abusos sexuais que atingiram a Igreja.
Fontes da Promotoria disseram que até o último dia 5 de novembro haviam sido abertas 139 investigações que envolvem 190 pessoas relacionadas com a Igreja católica e 245 vítimas.
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Chile. O Senado revoga, por unanimidade, a nacionalidade chilena ao cardeal Ezzati - Instituto Humanitas Unisinos - IHU