Opus Dei indenizou com um milhão de dólares uma mulher abusada por um padre da Obra

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09 Janeiro 2019

O vigário geral do Opus Dei nos Estados Unidos, Thomas Bohlin, admitiu esta semana que a Obra indenizou em 2005 com quase um milhão de dólares (977.000) uma mulher que havia denunciado um importante clérigo da organização por "conduta sexual inapropriada".

A informação é publicada por Religión Digital, 08-01-2018. A tradução é de Graziela Wolfart.

"Todo assédio e abuso são abomináveis. Sou consciente de tudo o que a Igreja está sofrendo, e lamento que nós, do Opus Dei, tenhamos contribuído ao sofrimento", assinalou Bohlin.

A informação, adiantada por The Washington Post, foi confirmada pelo Opus, e remonta a 2002, quando se recebeu uma queixa pela conduta sexual do padre Joh McCloskey, sacerdote muito conhecido em Washington.

A mulher em questão estava recebendo assessoramento no Centro de Informação Católica da Obra na capital dos Estados Unidos, por seus problemas matrimoniais e depressão. Então, segundo o relato da vítima, McCloskey apalpou-a várias vezes.

A mulher se sentiu culpada e envergonhada, e chegou a se confessar com o próprio clérigo, por "mal interpretar a interação". McCloskey a escutou e a absolveu.

"Me confessei pensando que fiz algo para tentar este homem santo a cruzar as fronteiras", contou ao Post. Em 2005, o Opus Dei chegou a um acordo com ela, e o sacerdote foi desaparecendo do âmbito público. Segundo afirma o Opus Dei, depois de uma investigação, o clérigo foi afastado em 2003.

"Seus atos foram profundamente dolorosos para a mulher, e lamentamos muito o que ela sofreu", assinalou o vigário Bohlin. Desde sua destituição, o trabalho sacerdotal de McCloskey com mulheres ficou restringido.

"Ao longo dos anos, tivemos cuidado de nos assegurar que não teríamos nenhuma oportunidade de participar na ação", destaca a Obra em um comunicado, onde acrescenta que McCloskey sofre de Alzheimer avançado e "já não pode celebrar missas, nem sequer de modo privado".

O texto conclui apontando que "muito recentemente, se soube de outra mulher que sofreu com os atos do Padre McCloskey", caso que atualmente está sendo investigado. Para este, e para qualquer outro caso de abusos nos Estados Unidos, a Obra facilitou um telefone para as vítimas.

Antes de se ordenar sacerdote, McCloskey trabalhou para o Citibank e para Merrill Lynch em Wall Street, segundo informação da imprensa. Foi ordenado sacerdote do Opus Dei no início dos anos oitenta. Mais tarde se converteu em um exímio autor e comentarista religioso na televisão e no rádio, inclusive a EWTN.

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