08 Abril 2018
Em 2017, mais de um terço dos católicos praticantes votaram em Marine Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais. Um símbolo, segundo Henri Tincq, da deriva “católico-identitária” de uma parte da Igreja francesa. Especialista em religiões no Monde há mais de vinte anos e agora cronista no Slate e no Monde des Religions, o jornalista acaba de publicar O Grande Medo dos Católicos da França, um alerta contra a tentação conservadora e até mesmo reacionária da instituição.
A entrevista é de Jérôme Cordelier e Thomas Mahler, publicada por Le Point, 01-04-2018. A tradução é de André Langer.
No livro La Grande Peur des Catholiques de France [O Grande Medo dos Católicos da França] (Grasset), o jornalista Henri Tincq está preocupado com o desvio identitário e reacionário entre os fiéis. O jornalista foi durante muitos anos responsável pelos assuntos religiosos do jornal Le Monde.
Petrificada pela diminuição dos efetivos (metade dos padres franceses ativos têm mais de 75 anos), abatida pelo Islã como uma laicidade considerada cada vez mais ofensiva, a Igreja está se refugiando, segundo ele, em uma contra-sociedade hostil à modernidade e às evoluções em matéria de costumes.
Enquanto no topo o Papa Francisco encarna um catolicismo aberto e progressista, as ideias da galáxia tradicionalista e identitária – embaladas por cardeais rigoristas como Gerhard Ludwig Müller,Raymond Burke e Robert Sarah, e disseminadas pela parcela de extrema direita do Manif pour tous encarnada por Marion Maréchal-Le Pen – converterão cada vez mais fiéis. Henri Tincq explica isso neste ensaio polêmico, mas também evoca o heroísmo “cristão” de Arnaud Beltrame e as recentes observações feitas pelo Papa Francisco sobre a não existência do inferno que agitam o Vaticano.
Assim como muitos católicos, Étienne de Montety, no Le Figaro, comparou o gesto do coronel Arnaud Beltrame ao do franciscano Maximiliano Kolbe em Auschwitz, que sacrificou sua vida para salvar a vida de um pai de família. No Slate, você escreve que essa comparação é “excessiva, desproporcional, perigosa e, digamos, absurda”. Por quê?
A comparação entre o gesto do coronel Arnaud Bertrame em março de 2018 e o do franciscano polonês Maximiliano Kolbe no campo de concentração de Auschwitz em julho de 1941 é absurda. Em nome de sua fé cristã, entre outras razões, eles tomaram o lugar dos reféns e pagaram com suas vidas. Mas a magnitude das duas tragédias, os dois contextos históricos, a vocação dos dois homens não são obviamente comparáveis. Além disso, considero perigosa essa forma de recuperação ideológica e religiosa do gesto heroico de Arnaud Beltrame. Fazer deste tenente-coronel, que tomou o lugar de um refém no supermercado U de Trèbes (Aude), um cristão “mártir”, morto “pelo ódio à fé cristã”, vítima do terrorismo islâmico, só pode encorajar todos os esquemas interpretativos segundo os quais há efetivamente um confronto global entre o Cristianismo e o Islã. É fazer o jogo dos islâmicos, que pensam apenas em criar as condições para uma “guerra de civilizações”.
Mas Arnaud Beltrame não agiu em nome da sua fé?
O compromisso cristão de Arnaud Beltrame é obviamente indiscutível, autêntico, mas não exclusivo para explicar o seu gesto. Não sabemos nada – e nunca saberemos nada – sobre os sentimentos exatos que ele teve ao tomar o lugar de um refém. Todos os testemunhos atestam sua forte fé cristã, sua participação na vida da Igreja, mas seu envolvimento na maçonaria também pode ser levado em conta. E a sua primeira vocação era, evidentemente, a de policial, isto é, de defensor da segurança dos seus concidadãos. Todos esses elementos se interpenetram em seu gesto heroico. Querer distinguir entre o que vem da própria fé e da simples “humanidade” é uma operação absolutamente fútil. Quantos homens e mulheres, que não são cristãos, aceitaram colocar suas vidas em perigo para salvar seu vizinho! Os cristãos, graças a Deus, não têm o monopólio do “sacrifício”.
Mas o gesto de Arnaud Beltrame pode tornar-se um modelo para os católicos?
Eu posso ver a rapidez com que a figura heroica de Arnaud Beltrame se espalhou na mídia católica, tornando-se da noite para o dia um modelo de compromisso em nome de sua fé, um modelo de santidade. Esses são os modelos que sempre levaram a Igreja adiante, mas essa santificação prematura parece-me um sintoma da necessidade que a população católica na França tem, especialmente para encontrar uma visibilidade que provavelmente perdeu um pouco. Os cristãos conhecem e vivem como uma minoria na sociedade francesa, mas continuam convencidos de portar mensagens, símbolos, tradições, valores, referências que a sociedade hiper-secularizada estaria errada em subestimar e esquecer. É bom que homens e mulheres corajosos, como o coronel Beltrame, lembrem, com seu exemplo, até onde o homem de fé e leitor dos Evangelhos pode ir.
“Eu não reconheço mais a minha Igreja”, escreve em seu livro. Por que esse grito do coração?
Eu sou de uma geração de católicos criados na idade de ouro desses famosos movimentos da Ação Católica que queriam testemunhar sua fé na sociedade, sem a busca excessiva da visibilidade e sem proselitismo. De uma geração que herdou as grandes reformas do Concílio Vaticano II (1962-1965), que convidou os fiéis a abandonar o rígido sistema de “cristandade” do passado e a abrir-se ao mundo moderno, a entrar em diálogo com as outras religiões – judaísmo, islamismo, protestantismo – outrora ignoradas, até mesmo combatidas, e com os não crentes. Um catolicismo missionário, social, progressista e ecumênico que fez surgir gerações de militantes sindicais, políticos e associativos, forjou personalidades como Jacques Delors, Michel Debatisse no mundo rural e Edmond Maire no mundo sindical.
Nós viemos de um “molde” católico e fomos ao encontro dos outros. Hoje, acontece o processo inverso: jovens crentes vindos de um mundo não-católico vão buscar na Igreja modelos seguros e visíveis de identificação, de convicções, de valores e um sentido para as suas vidas que eles não encontram em outro lugar. Na minha juventude, nós íamos da Igreja para o mundo. Hoje, vem-se de um mundo secularizado e entra-se na Igreja.
Você recorda em seu livro que quase um de cada dois católicos praticantes (48%) votou em François Fillon no primeiro turno das eleições presidenciais de 2017 e 38% votaram na Marine Le Pen no segundo turno. Como você analisa esses dados?
Esses são números que me surpreenderam e, como crente, me congelaram. Estou ciente de que o eleitorado católico sempre votou em sua maioria esmagadora no centro ou numa direita gaullista e moderada. Mas que uma grande maioria de católicos praticantes tenha se inclinado para a candidatura de um François Fillon, cuja imagem “moral” foi degradada em 2017 e que defendia um programa de austeridade julgado bastante antissocial, é um fato que tem despertado muitas interrogações. Ainda mais quando sabemos que no segundo turno, 38% dos católicos praticantes (quase 4 de cada 10!) votaram na Marine Le Pen. Quinze anos atrás, apenas 17% deram seu voto para Jean-Marie Le Pen, contra Jacques Chirac. Houve um inegável aumento dos eleitores católicos no campo frentista [da Frente Nacional].
Como se explica isso?
Sempre existiu, na Frente Nacional, uma forte corrente “nacional-católica”, ilustrada por uma Marion Marechal-Le Pen “católica praticante” que se manifestou contra o casamento para todos e o aborto, mais “compatível com o catolicismo” do que sua tia. Marine Le Pen é muito mais laica, mas sua política de “demonização” tranquilizou um eleitorado católico tradicional. Também está claro que a candidatura de Emmanuel Macron não era bem-vinda em alguns círculos católicos da extrema direita como [o movimento político] Senso Comum: ele não pretendia ressuscitar a Lei Taubira instaurando o casamento para todos e ampliando a extensão do PMA [procriação medicamente assistida] e da GPA [gestação subrogada, mais conhecida como barriga de aluguel]. O que me surpreendeu ainda mais foi o fato de que a Conferência dos Bispos da França, entre os dois turnos, não conseguiu bloquear a candidatura de Le Pen, quando mesmo François Fillon havia dito que faria todo o esforço para eliminar a representante da Frente Nacional.
Mas por que os bispos deveriam se pronunciar no plano político?
Certamente, os católicos são livres para fazer suas escolhas. Em tempos idos, os bispos davam instruções de voto, sempre muito certos. Depois da década de 1970 e do reconhecimento do pluralismo político entre os católicos, eles passaram a se contentar em dar “orientações” para que o voto dos eleitores seja o mais conforme possível com os ensinamentos do Evangelho. No entanto, em maio de 2017, em um país que acabara de sofrer uma onda de ataques terroristas sem precedentes, que descobriu a tragédia dos refugiados, onde mais de sete milhões de eleitores tinham acabado de votar em Marine Le Pen no primeiro turno, poderíamos ter esperado um apelo mais forte dos bispos para que se afastem do voto frentista. Alguns, individualmente, o fizeram e até incentivaram o voto em Emmanuel Macron, como os líderes de outras religiões, mas a conferência dos bispos se recusou a falar.
Como, pois, ignorar os discursos da Frente Nacional sobre a rejeição dos estrangeiros, a xenofobia e o antissemitismo para a sua parcela mais radical? Como ignorar o discurso “soberanista” de Marine Le Pen? Estamos em contradição com os valores evangélicos, com o discurso anti-nacionalista e pró-europeu dos papas. Desde o nascimento da Frente Nacional, vozes enérgicas de bispos se levantaram para denunciar essas teses. Eu conheci bem o cardeal Albert Decourtray que, entre as paredes de sua catedral em Lyon, não hesitou em denunciar as teses da Frente Nacional nomeando-as. Eu conheci melhor ainda o cardeal Jean-Marie Lustiger, esse judeu convertido que se tornou arcebispo de Paris, que não cessava de clamar que as palavras de Jean-Marie Le Pen eram insuportáveis para um homem de fé, para um crente fiel à mensagem de Jesus Cristo.
O fato de que, vinte ou trinta anos depois, os bispos demonstrem tamanha pusilanimidade diante do voto da Frente Nacional não para de me surpreender. Eles não são, evidentemente, cúmplices das ideias frentistas, mas estão paralisados pelo medo de divisões dentro de uma população católica que está encolhendo. Aturdidos com a direitização, inclusive da extrema direitização, de um certo número de fiéis. Uma direitização que se explica por uma convergência de medos: medo da fragilidade de uma instituição católica que se fragiliza; medo de uma imigração crescente; medo de um Islã com o qual os católicos mal aprenderam a dialogar; medo da hegemonia cultural e moral da esquerda desde 1968, evidenciada pelos desenvolvimentos sociais, pelo “casamento para todos” ou pela banalização do aborto; medo de uma laicidade percebida como mais militante, agressiva desde os atentados, uma laicidade cada vez mais resistente a símbolos cristãos como presépios e cruzes, em nome de uma neutralidade religiosa imposta especialmente aos muçulmanos. Todos esses elementos provocam tensões no mundo católico que podem se traduzir em votos para a extrema direita.
Não reduzimos demasiadamente a questão católica na França à dimensão política, como fazem os ativistas do Manif pour tous, ou você, ao contrário, nesse livro?
Existem duas maneiras de conceber sua fé. Podemos vivê-la, em primeiro lugar, de maneira quase exclusivamente individual ou espiritual: os católicos refugiam-se em retiros monásticos, em belas liturgias, em lugares que garantem uma certa paz à alma, em leituras bíblicas. Mas o compromisso cristão – isso está claro nos Evangelhos – é também uma maneira de olhar o mundo, de conectar-se com os outros, de comprometer-se com as realidades terrenas. Mesmo que Cristo separe o temporal e o espiritual, é, para mim, inimaginável que um cristão se isole, cultive seu bem-estar espiritual sem ser também ativo no mundo que o rodeia.
Eu não limito, portanto, o compromisso cristão à maneira de votar e às opções políticas. Se os “católicos da esquerda” quase desapareceram, fico contente de ver quantos ainda se dedicam à vida nas paróquias ou nas associações de habitação social, no apoio aos desempregados, na luta contra a fome ou a precariedade, na assistência a migrantes e refugiados. Simplesmente, esses compromissos são mais discretos do que antes e, na maioria das vezes, eclipsados pelos barulhentos protestos do Manif pour tous, por blogs e jornais de católicos identitários.
O Papa Francisco encarna um catolicismo audacioso e progressista, mas uma parte dos católicos está se voltando cada vez mais para aquilo que o cientista político Gaël Brustier chama de “tradismáticos”, isto é, a mistura das correntes “tradicionalista” e “carismática”. O Papa se distanciou de parte da sua Igreja, ou é essa Igreja que se afasta do Papa?
Às vezes penso que o Papa Francisco, por seu estilo de vida austero, por seus discursos diretos, por seus apelos à tolerância para com os homossexuais, os divorciados, as mulheres que abortaram, por suas posições contra um capitalismo financeiro devastador, por seus recorrentes apelos à recepção de refugiados e imigrantes, é quase mais popular fora do mundo católico do que dentro de sua própria Igreja. Muitos católicos, inclusive na cúpula, o culpam por desvalorizar a função pontifícia, por vender a doutrina (sobre os divorciados ou homossexuais, por exemplo) ou por considerá-la ingênua e angélica diante de questões vitais como a imigração e o islamismo. Alguns culpam esse Papa de trair a alma cristã da Europa, como um Laurent Dandrieu em seu best-seller Igreja e imigração, o grande desconforto. O Papa e o suicídio da civilização europeia (Presses de la Renassaince, 2017). Tais críticas podem ser ouvidas até no Vaticano. Cardeais como Raymond Burke, Robert Sarah ou Gerhard Ludwig Müller fazem campanha pelo fim da chamada “desordem”, pelo retorno a uma Igreja disciplinar e normativa.
Às vezes temo que esse pontificado se torne apenas um fogo de palha, uma espécie de parêntese na história da Igreja moderna. Há católicos que não fazem mais nenhum segredo de que estão esperando virar a página. No entanto, este Papa tem o mérito de pôr a nu a contradição que o mundo católico vive hoje. Queremos preservar uma Igreja normativa, dogmática, ritualística, um catolicismo identitário baseado na leitura crítica da modernidade, da sociedade multicultural e globalizada? Ou, ao contrário, queremos promover um catolicismo sempre mais aberto, acolhedor do novo, das “periferias”, como diz o Papa Francisco, inclusive no campo social e moral? Este já era o debate que se dava no Concílio Vaticano II. Hoje, ele é relançado: devemos recorrer a uma nova “intransigência” católica ou abrir-nos a novos “sinais dos tempos”, como dizia o Papa João XXIII, responsável pela convocação do concílio no começo da década de 1960.
Marc Aillet, bispo de Bayonne, escreveu no seu twitter no dia da morte de Simone Veil: “Rezo pela Simone Veil, porque o aborto não é um mal menor”...
É uma declaração escandalosa, por outro lado, perfeitamente contraproducente no contexto de uma sociedade cada vez mais tentada a fazer amálgamas entre todos os extremismos religiosos. Recordo no meu livro que Simone Veil se felicitava em suas Memórias, em 1975, durante o debate sobre a lei que despenalizava o aborto, de ver que os bispos franceses eram capazes de dialogar, defendendo, por exemplo, o direito à objeção de consciência dos médicos. Pelo contrário, o Manif pour tous, em 2012-2013, foi o ponto de partida para uma liberação da palavra católica retrógrada.
Você não se concentra demais sobre a queda católica, ao passo que, na base da França, muitas iniciativas mostram uma Igreja dinâmica e aberta?
Eu me alegro com essa vitalidade muito real dos católicos, mas os desvios ideológicos e políticos me preocupam. Alguns foram perceptíveis desde essas manifestações de 2012-2013 contra o “casamento para todos”. Nós os encontramos cada vez mais em uma parcela, certamente minoritária, do episcopado, mas também em sítios e blogs identitários como Riposte Catholic, Réinformation TV, Salon beige... Nós ouvimos e lemos aí as obsessões deprimentes dos católicos “tradicionalistas”, os discursos definitivos, e até mesmo agressivos, sobre o aborto, a PMA, a homossexualidade, o islã misturado com o islamismo, sobre os imigrantes e refugiados, o clero progressista ou o papa, considerados demasiado liberais. Martelam-se as contra-verdades: em uma terra cristã como a França, o número de muçulmanos praticantes seria agora maior do que o dos católicos praticantes! Ou então, revivemos o fantasma segundo o qual as igrejas, cada vez mais vazias, serão transformadas amanhã em mesquitas.
Sim, estou dividido entre a alegria de ver tantos amigos católicos empenhados no serviço à sua comunidade ou aos mais pobres e o medo do surgimento de um discurso dogmático, disciplinar, o retorno a velhas práticas, o fechamento sobre si mesmo em nome da defesa da identidade francesa, da civilização cristã, da resistência contra o islã, diante da sociedade multicultural e globalizada. Onde estão as grandes vozes do episcopado, os renomados intelectuais católicos que outrora costumavam dar o tom na mídia ou na cena política, para denunciar essas derivas, essa falsificação dos valores evangélicos?
O Papa teria declarado ao diretor do La Republicca que “o inferno não existe”, o que já é polêmico. Essas palavras vão ao encontro do seu desejo de modernização?
O Papa Francisco fala muito, provavelmente demais. Seus discursos são muitas vezes improvisados, suas fórmulas lapidares. Sua maneira de se comunicar é a de um padre “latino-americano” que está perto do seu povo e preocupa-se com formulações simples. Mas em temas teologicamente sensíveis como o inferno, ele deveria ser cauteloso. Ele realmente disse que “o inferno não existe(iu)”? Esta não é a primeira vez que comentários em “off” atribuídos a ele provocam debate. Eu conheço a inclinação da imprensa italiana, incluindo a vaticanista, para criar polêmicas prontas.
Mas, no fundo, sustentar que o que realmente existe são as “almas pecaminosas”, que aqueles que “se arrependem obtêm o perdão de Deus e tomam seu lugar entre aqueles que O contemplam, mas aqueles que não se arrependem e, portanto, não podem ser perdoados, desaparecem”, é realmente herético? Nenhuma ruptura com a doutrina foi seriamente demonstrada por ele, mas espalha-se rapidamente a suspeita de que este papa liberal estaria prestes, se não a abandonar, pelo menos a parar de defender com convicção os princípios da doutrina e as disciplinas católicas que são cada vez mais incompreensíveis para a sociedade moderna e que estão afastando a Igreja de seus contemporâneos.
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“Uma parte da Igreja foi para a direita, inclusive para a extrema direita”. Entrevista com Henri Tincq - Instituto Humanitas Unisinos - IHU