07 Março 2018
Mais de 7.000 euros diários. É o que custa a defesa do cardeal George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia da Santa Sé, em seu julgamento em Melbourne, por supostos abusos sexuais contra menores. Com a acusação da polícia, em junho de 2017, a Igreja australiana comunicou que a ajuda que ofereceria ao cardeal se limitaria a lhe proporcionar “acomodação e apoio”, e não a pagar seus custos legais. Sendo assim, a quem recorreu o cardeal para custear sua defesa?
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 06-03-2018. A tradução é do Cepat.
Em julho do ano passado, John Roskam – diretor católico do think tank conservador Institute of Public Affairs – confirmou que um grupo de empresários católicos haviam habilitado um fundo privado no qual depositaram dinheiro destinado à defesa de Pell e que convidaram os fiéis australianos a fazer o mesmo.
“As pessoas me perguntavam como poderiam apoiar a defesa do cardeal Pell”, disse Roskam naquele momento, apontando que os detalhes da conta corrente que fez circular em boletins e webs paroquiais “vieram de pessoas que auxiliam o cardeal”.
“O propósito deste fundo é que há muitas pessoas que desejam apoiar o cardeal e querem lhe dar uma oportunidade para limpar seu nome”, acrescentou Roskam, explicando a razão deste apoio popular: “Toda a impressão que tive ao falar com as pessoas é que [Pell] representa os valores familiares e é um líder em nossa comunidade e um líder para Austrália”.
Segundo sua página web, o Institute of Public Affairs – instrumental na defesa de Pell – é um “centro de pesquisa independente e não lucrativo, dedicado à preservação e fortalecimento da liberdade econômica e política”, a favor de políticas públicas que fomentem “mercado livre das ideias, circulação livre do capital e um governo limitado e eficiente”. Entre outras posturas, defendeu a privatização das empresas estatais, a desregulamentação do mercado trabalhista e a abolição do salário mínimo, e mantém uma posição cética em relação à mudança climática.
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Quem paga a defesa do cardeal Pell? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU