17 Novembro 2017
Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, afirmou que emissões geradas pelo setor agrícola devem subir a não ser que mundo adote formas sustentáveis de produção, transporte e consumo de alimentos.
A reportagem é de Monica Grayley, publicada por Rádio ONU, 14-11-2017.
A mudança climática coloca milhões de pessoas num círculo vicioso de insegurança alimentar, má nutrição e pobreza. O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
O diretor-geral da agência, José Graziano da Silva, afirmou que o mundo não está fazendo o suficiente para enfrentar o que ele chama de uma “imensa ameaça”. E os países que correm maior risco são os menos desenvolvidos e as pequenas ilhas em desenvolvimento.
Graziano da Silva afirmou que a meta de atingir fome zero até 2030 ainda é possível. Para ele, a agricultura é onde as lutas contra a fome e a mudança climática juntam-se para gerar soluções.
A agência lançou um relatório durante a Conferência sobre Mudança Climática, que ocorre em Bonn, na Alemanha.
O documento “Rastreando Adaptação em Setores Agrícolas”, numa tradução livre, oferece metodologias para acompanhar as medidas de adaptação do clima na agricultura.
Antes do evento, a líder da Aliança para o Futuro do Oceano, Isabel Torres de Noronha, falou à ONU News sobre como o aquecimento global tem afetado os mares e também infraestruturas relacionadas a fontes de alimentação.
“O mar, de facto, é o recipiente de 93% do aquecimento global. Apenas 1% na atmosfera e 3% em terra. Isso tem estado a acontecer em vários casos. Na zona costeira, outros impactos relacionados com a destruição devido aos fenômenos climáticos, extremos, têm a ver com a destruição de infraestrutura. Mas há muitos mais exemplos. E por exemplo, os portos também podem ser afetados por estas mesmas tempestades.”
Para o diretor-geral da FAO, é preciso integrar a mitigação e adaptação em toda a cadeia alimentar. Segundo Graziano da Silva, não funciona apenas transformar a maneira como é produzida a comida. Mas transporte, processamento e consumo também devem ser examinados.
A receita da agência é clara: mudança climática, pobreza e fome podem ser combatidos e vencidos ao mesmo tempo.
Dados divulgados pela FAO em setembro revelaram que o número de pessoas como fome no mundo subiu, pela primeira vez, em uma década totalizando 815 milhões de pessoas.
O aumento deve-se, principalmente, a conflitos e crises econômicas, mas também à mudança climática e uma série de secas prolongadas na África.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática mostra que o problema pode aumentar o risco de fome e má nutrição em 20% até 2050.
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COP 23: Em Conferência sobre Clima, FAO alerta para pobreza e má nutrição - Instituto Humanitas Unisinos - IHU